Enquanto o brasileiro segue apaixonado por comida japonesa, Brasília ganha mais uma opção segura e deliciosa quando o assunto é sushi

Um ambiente simples e austero, na CLSW 100 do Sudoeste, esconde uma verve nipônica bem tradicional. O Harái – que recebe o nome oriundo de um golpe de judô – oferece um sushi muito saboroso, onde o rigor na execução agradará bastante os mais puristas.

Ainda que se veja um cream cheese aqui e acolá – até porque sushi com cream cheese, quando bem feito, combina mesmo – a qualidade dos ingredientes e do preparo é bastante perceptível.

Estamos falando de critérios sérios, mas que têm sido desrespeitados por muita casa japonesa de pegada ‘fast food’. O arroz de grão curto e arredondado, preparado para ficar glutinoso na medida, ou seja, com uma certa soltura (sim, se engana quem acha que aquela papa sem forma é o arroz correto); proporção excepcional entre o peixe e o arroz que, no niguiri, por exemplo, repousa lindamente cobrindo todo o arroz; o frescor dos pescados, incluindo o salmão bem amanteigado das águas chilenas; apresentação de bom gosto, enfim, um sushi de muito, muito respeito.

A casa tem o menu confiança, chamado Omakase, por R$358,00, mas eu já vou deixar a dica: os combinados são perfeitamente executados e têm preço bem justo, a partir de R$52,00.

Para quem não quer ‘nem lá nem cá’, a aposta ideal pode ser a Sequência de Sushi, que envolve 12 etapas muito bem pensadas e fartas, sendo até permitido, dentro do bom senso, repetir um ou outro prato preferido, mas eu já aviso: eu saí rolando de tanto comer. Esta opção sai por R$180,00, o que já é mais conta, porém, ainda tem a aura especial de um menu degustação.

No geral, os pratos de impacto, como o edamame com amêndoas laminadas e flor de sal, a ostra envolta em bacon sobre um purê de cabotiá, o camarão gigante empanado, tartare de salmão e a vieira canadense parruda podem até encantar e, certamente, evidenciar a maestria do Chef, mas o sushi mais “comum” da casa, como os niguiris, uramakis e hossomakis na foto abaixo, para mim, é justamente o que ‘grita’ qualidade. Está cada vez mais raro achar um sushi cuja perfeição está justamente no respeito à técnica e na simplicidade.

O Harái tem parte da equipe de cozinha inscrita no treinamento e teste de proficiência em sushi dos mais concorridos, com certificação japonesa, além de ter investido pesado na consultoria inicial justamente para garantir esse padrão de excelência.

A casa, por enquanto, só abre no jantar, mas eu sugiro, de coração, que a casa invista rápido no delivery e no almoço, para atender o novo padrão de comportamento do brasiliense, porque ali tem sushi para ser aproveitado!