Semilla significa semente em espanhol. A pronúncia é “semílha”, e é o nome do primeiro evento autônomo de autoras e publicadoras independentes realizado no Brasil, com sede no Distrito Federal.

Dedicada exclusivamente à produção editorial e literária de pessoas trans, não-binárias, e mulheres cis – especialmente negras, indígenas, lésbicas, bissexuais – a Feyra Semilla foi idealizada por Tatiana Nascimento, escritora brasiliense e editora da Padê Editorial.

O evento chega à sua terceira edição, impactando na visibilidade e na troca entre autoras e publicadoras, proporcionando um espaço de conexão para além da comercialização de suas obras.

Na literatura nacional contemporânea e no mercado editorial, assim como em diversos outros setores, a presença de homens, brancos, heterossexuais e cisgêneros é majoritária. O propósito da Feyra Semilla é brotar uma raiz expressiva que responda a essa desigualdade, promovendo o acesso do público a obras que não seriam encontradas em livrarias comerciais, enfatizando a representatividade LGBT+, negra, indígena e periférica na literatura produzida por pessoas trans, não-binárias e mulheres cis.

O evento é organizado pela Padê Editorial – editora cartonera, de livros fabricados artesanalmente com mais de 60 títulos de autores LGBT+ negres publicados – liderada pela escritora brasiliense Tatiana Nascimento, pessoa negra não-binária, periférica e mãe solo.

A Feyra Semilla contará com a exposição de publicações, oficinas, palestras e debates com acesso gratuito. Acontecerá no dia 18 de maio, sábado, das 10h às 19h, no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul). A programação completa será divulgada após a curadoria de expositoras e contará também com oficinas sobre literatura e publicação.

A conferência de abertura contará com a presença da premiada autora Cidinha da Silva, Aline Rochedo da editora indígena Pachamama, e Diana Salu, editora, desenhista e autora premiada lésbica trans.

Até o dia 28 de março, autoras e editoras – prioritariamente negras, indígenas, lésbicas, bissexuais, trans e não-bináries – interessadas em participar do processo seletivo de expositoras da Feyra Semilla podem fazer sua inscrição gratuita pelo link: https://bit.ly/feyrasemilla

As 60 selecionadas contarão com mesa específica na feira. A curadoria será realizada pela equipe da Padê Editorial e o resultado final será divulgado nas redes @pade.editorial e @tatiananascivento no dia 28 de março.

Nesta edição que foi/é realizada com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal – FAC/DF, a previsão de público é de 5000 pessoas do DF e Entorno, ao longo de um dia inteiro de programação para todas as idades, com classificação indicativa livre. 

Sobre a Semilla –

A Semillla (do espanhol “semente”) é a primeira feira do Brasil destinada exclusivamente à valorização do trabalho autoral de editoras, escritoras e publicadoras que sejam pessoas trans, não-binárias, mulheres cis – negras, indígenas, periféricas, LBTs.

A primeira edição foi realizada em 2016 e contou com a participação de 17 publicadoras. Na edição de 2017, a feira foi composta por 22 publicadoras, sendo 11 mulheres negras, 7 lésbicas, 1 trans e 1 não-binária. Após a pausa, em 2024 a Feyra retorna ainda com atividades formativas antes do evento[1] [2] , em regiões administrativas periféricas, e no próprio 18 de maio.

Sobre Tatiana Nascimento – Tatiana é brasiliense, mãe da Irê, lésbica preta, pessoa não-binária, cantora, compositora, escritora, editora na Cartonera Padê  – que publica autories pretes/lgbtqiapn+. Sua pesquisa/produção mergulha no sentido, melodia, ruído em looping, montando uma reengenharia dos temas afeto, negritude, cerrado & mar. Tem 16 livros autorais publicados, foi finalista do Jabuti de Poesia em 2022.  Traduziu autoras como Audre Lorde, Gloria Anzaldua e Renee Gladman.  Já editou e publicou mais de 60 títulos de autores LGBT+ negres pela Padê Editorial. É ainda idealizadora do primeiro Slam das Minas (O Slam das Minas DF), criadora da primeira formação sobre privilégio branco e branquitude no Brasil.

Conceituadora do termo “cuírlombismo”, abriu uma nova vereda de interpretação, crítica e difusão de produções estéticas negras LGBTQIAPN+, sendo referência na pesquisa acadêmica no Brasil e internacionalmente no que tange às dissidências sexuais e deserções de gênero diaspóricas.

Serviço: 3ª edição da Feyra Semilla anuncia evento e convoca autoras e publicadoras de todo o Brasil

Data: 18 de maio – sábado

Horário: 10h às 19h

Local: Espaço Cultural Renato Russo (508 sul)

Inscrições para a seletiva de expositoras no link: https://bit.ly/feyrasemilla

Mais informações e em breve a programação completa nos canais do Instagram @pade.editorial e @tatiananascivento