No Distrito Federal, está ocorrendo um progresso notável no campo da Tecnologia da Informação (TI). Cerca de 19.462 mulheres estão adentrando nesse setor que historicamente é dominado por homens. “A crescente inclusão das mulheres na TI é um marco da evolução do setor, refletindo sua adaptabilidade e resiliência diante dos desafios contemporâneos”, observa Marco Tulio Chaparro, presidente do Sindesei-DF. Essas transformações refletem nos impressionantes números de crescimento, cerca de 20% no último ano, consolidando-se como o terceiro maior contribuinte de ISS no Distrito Federal.

A presença feminina corresponde a aproximadamente 13,47% das empresas de TI, mostrando um progresso significativo entre as empreendedoras, apesar da predominância masculina com 70,59% na posse empresarial. A ascensão das mulheres como proprietárias de empresas ressalta ainda uma mudança crucial na dinâmica de gênero, enfatizando que o empreendedorismo na TI promove a diversidade.

Marco Tulio reconhece esse movimento como um sinal de maturidade e flexibilidade do setor, demonstrando não apenas aspirações, mas uma realidade emergente indicando mais avanços em questões inovadoras e igualitárias na sociedade. Além disso, elas desafiam os estereótipos convencionais e reformulam abordagens para o desenvolvimento de soluções tecnológicas. “A variedade de perspectivas que as profissionais mulheres oferecem ao setor com ideias inovadoras é uma maneira de enfrentar uma ampla gama de desafios e ainda encontrar oportunidades ao longo do caminho”, acrescenta.

Capacitação

No entanto, análises recentes do SENAC-DF revelam uma tendência preocupante: a representação feminina em cursos de tecnologia está em declínio, diminuindo de 41% para 36% entre 2023 e 2024. Esse retrocesso destaca a necessidade da continuidade de incentivos para a entrada e permanência das mulheres no setor. “A luta pela inclusão é contínua e esses números são um chamado para reforçar nossos esforços em promover a diversidade”, ressalta Chaparro. É crucial intensificar o impulso rumo à igualdade de gênero.

De acordo com Cíntia Gontijo, diretora do SENAC-DF, a representação feminina no mercado de tecnologia está crescendo apesar da disparidade de gênero persistente. Porém, as mulheres ainda enfrentam preconceitos, disparidades salariais e falta de oportunidades na carreira. “É essencial implementar programas de recrutamento diversificados, eliminar preconceitos, criar redes de apoio, garantir equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, aumentar a representatividade feminina em lideranças e promover educação e conscientização sobre diversidade”, diz.


O setor de TI é conhecido por oferecer ainda a maior média salarial entre os setores monitorados pela Fecomércio-DF, destacando-se como um campo atrativo para profissionais em busca de oportunidades lucrativas e desafiadoras. À medida que avançamos, o setor continua se empenhando no desenvolvimento e inclusão de talentos femininos, garantindo que sua participação se torne uma integração duradoura e significativa. “Os próximos capítulos desta jornada dependem de nossa capacidade coletiva de apoiar e cultivar um ambiente verdadeiramente inclusivo”, enfatiza Chaparro.

Para gerações futuras é importante mostrar que existe uma gama de possibilidades e que a opção não é ser só desenvolvedora, mas poder ser uma gerente ou uma analista de projetos devem ser cargos almejados. As vastas possibilidades auxiliam no rompimento de barreiras. “Acho que uma das grandes dificuldades de ser mulher na área é que às vezes os homens nos subestimam, mas nós sabemos o mesmo tanto que eles ou até mais! Mesmo sendo uma área com grande predominância de homens, acredito que nós mulheres também podemos fazer a diferença”, diz Ana Carolina Ferreira Camargos, estudante de informática pelo SENAC-DF.