Crédito: REUTERS\Reprodução.

Neste domingo (25\02), a Avenida Paulista, em São Paulo, foi ocupada por 750 mil pessoas, reunindo apoiadores civis e representantes políticos do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Segundo ele, o ato teve como objetivo defender a “democracia e liberdade” e reafirmou sua visão de governo, contrária a ideologias de gênero e a favor do “direito a defesa da própria vida, da não legalização de drogas, do respeito à propriedade privada e da vida desde sua concepção”.

O ex-presidente reinvidicou anistia aos participantes do protesto de 8 de janeiro, que se encontram presos, e se declarou perseguido desde seu mandato: “Ainda não terminou.”

Em contra ponto, somatiza uma lista de investigações junto à justiça, entre elas, a fraude no cartão de vacina, o recebimento de jóias da Arábia Saudita, o ataque às urnas e o mais recente suposto envolvimento no golpe de 8 de janeiro. Em nenhum deles foi julgado. 

Na última quinta (22\02), foi intimado pelo Supremo Tribunal Federal para depor na operação Tempus Veritatis que busca sobre os responsáveis do ato golpista de 8 de janeiro de 2023. Jair se tornou alvo da operação realizada pelo ministro Alexandre de Moraes, onde foram encontradas evidências de sua ligação com os ataques. Em seu depoimento manteve o silêncio e declarou que só se manifestaria após o acesso de seu advogado ao processo.

Já no seu ato, criticou as investigações, mencionando a minuta de Estado de Defesa, demonstrando possuir conhecimento do material encontrado pela polícia. Em seu discurso questionou: “Golpe? Usando a Constituição? Tenham a santa paciência. Deixo claro que Estado de Sítio começa com o presidente da República convocando o Conselho da República e da Defesa. Isso aconteceu? Não. Não foi convocado ninguém para se tramar ou se botar no papel a proposta de estado de sítio.” A minuta tinha como objetivo decretar a anulação das eleições de 2022.

A frase levantou desconfiança por partes das autoridades e será considerada como prova em inquérito da investigação.

A jornalista Stephannie Lopes explica que a ação de Jair reflete um momento político tenso, onde ele quer consolidar seu apoio e responder às acusações que pairam sobre sua gestão e ações políticas. ”Levar cerca de mais de 700 mil pessoas para as ruas demonstra que a influência política de Bolsonaro permanece uma força significativa”, analisa.