Foto: Energy Summit/Reprodução.

17/10/2024 – 17:38 – Rio de Janeiro

Nesta quarta-feira (16/10), o bairro do Leblon, no Rio de Janeiro, reuniu especialistas e representantes do setor de energia no evento de inovação e empreendedorismo, Energy Summit.

Estiveram presentes Fernanda Curdi, secretária interina de desenvolvimento econômico, indústria e comércio do Estado do Rio de Janeiro, Carolina Oliveira, coordenadora de gás na Secretaria de Energia e Economia do Mar, Jaime Turazzi Naveiro, diretor de transição energética e P&DI em sustentabilidade da Petrobras, Lilian Melo Barreto, gerente executiva do Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes), Rafael Coimbra, editor executivo do MIT, Guilherme Lockmann, sócio-líder da Deloitte, André Miceli editor-chefe do MIT Technology Review Brasil e Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit.

A ocasião promoveu o lançamento do estudo Energy Summit Report 2024, elaborado pelo Energy Center, a vertical de energia da MIT Technology Review Brasil, maior publicação de tecnologia e inovação do mundo.

O relatório mapeou 10 megatendências mundiais na transição energética, sendo elas captura de carbono, eficiência energética com base na inteligência artificial e internet das coisas, energia solar distribuída, armazenamento de energia, combustível sustentável de aviação e biomassa, o papel do hidrogênio, a aplicação de pequenos reatores modulares, produção de materiais tecnológicos avançados, fusão nuclear e computação quântica.Os desafios, oportunidades e ações estratégicas em cada área são endereçadas a startups, academia, governo, investidores e corporações.

Hudson Mendonça, Carolina Oliveira, Fernanda Curdi, Jaime Turazzi Naveiro, Lilian Melo Barreto e André Miceli. Foto: Energy Summit/Reprodução.

Segundo Miceli, o direcionamento a esses atores se dá pela necessidade de consolidar uma melhor relação entre eles. “A academia ainda é muito distante do mercado; o mercado ainda está longe das startups e de um modelo de inovação com um pensamento ágil; e os investidores, mais avessos ao risco, o que dificulta as operações. O governo pode assumir um papel de articulador entre esses stakeholders para que eles interajam de forma mais produtiva.” Conclui.

Para Hudson, o evento também é uma oportunidade de promover essa aproximação. “É importante a gente comunicar as iniciativas que já existem para que de fato elas sejam implementadas. Nosso objetivo com o relatório traz luz para o que o Brasil está fazendo nessa área, e através do MIT, comunicando isso para o mundo.” A exemplo de junho deste ano, em que ocorreu uma edição do Energy Summit na Cidade das Artes, Barra da Tijuca. A ocasião foi marcada pelo lançamento do protocolo de Eólicas Offshore do Rio de Janeiro, pelo governador Cláudio Castro.

Para Hudson, o Brasil protagoniza grande potencial, mas agora “precisa desenvolver tecnologias [a partir do conhecimento adquirido] para mudar o setor”.

O papel dos Stakeholders na transição energética

O estudo estipula ainda uma escala de 1 a 5 para a contribuição de cada agente na concretização e aceleração de cada tendência. Há também um prazo sugerido de 12 meses que reúne ações práticas, visando auxiliar na tomada de decisão de gestores, com projeções de quatro cenários: o possível, o plausível, o provável e o preferível.

Além disso, estão listadas iniciativas do MIT a fim de promover novas colaborações e inspiração aos interessados. Do ponto de vista empresarial, Guilherme Lockmann, explica que a chave para a incorporação da transição energética nas corporações é a cultura: “As queimadas que aconteceram são de chorar, porque sabemos o déficit que isso traz. Não sei se todo mundo tem essa clareza. As pessoas trocam seus carros por modelos híbridos e acham que já fizeram o papel delas, mas não para por aí. A gente precisa cada vez mais trazer [esse] entendimento.”

Já da visão da gestão pública, Carolina Oliveira, esclarece que apesar dos desafios do Rio, que inaugurou sua primeira secretaria voltada para energia ano passado, há um caminho sendo trilhado pelo estado. “Essa sincronização de informações é importante para que a gente transforme o Rio de Janeiro num lugar mais sustentável para o meio ambiente, população e à saúde pública.”

O relatório estará disponível em breve para download no site da MIT Technology.