O Relógio de São Pedro, um marco histórico de Salvador, foi recentemente restaurado e automatizado, mas manteve uma peculiaridade em sua estrutura – a representação do número quatro em algarismos romanos.
Ao invés do usual “IV”, o relógio apresenta o número quatro como “IIII”, uma tradição que remonta ao imperador Carlos V da França no século XIV. A lenda conta que o imperador, incomodado com a semelhança entre “IV” e “V” quando visto de longe, ordenou a mudança.
O Relógio de São Pedro foi inaugurado em 1916, durante o governo de Joaquim José Seabra, conhecido como J.J. Seabra. Na época, Seabra buscava modernizar a Bahia e, para isso, ordenou a demolição de várias casas para a construção da Avenida Sete de Setembro, uma das principais vias de Salvador.
Relógio de São Pedro na Av. Sete de Setembro — Foto: Jefferson Peixoto/Secom PMS
O relógio foi fabricado na França por Henri Le Pante e instalado no Brasil pelo italiano Pasquale De Chirico. A restauração, que custou cerca de R$ 70 mil, foi realizada pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) através da Alma Arquitetura e Restauro.
Agora, o relógio centenário volta a funcionar, preservando uma peculiaridade histórica e continuando a marcar o tempo para os habitantes de Salvador.