Gabriela Félix, Giovani Mockus, Iza Vicente, Chico Alencar, Talíria Petrone, Marina Silva, Túlio Gadêlha, Renata Sousa, Tarcísio Motta, Douglas Heliodoro e Professor Augusto.

19:43 – 27\05\2024 – Rio de Janeiro

No último sábado (25), aconteceu a mesa de debate “Desafios da Política Municipal Sustentabilista”, realizado pela Fundação Rede Sustentabilidade, no Rio de Janeiro. A Fundação promove ações de educação política, através de pesquisas e projetos ligados à sustentabilidade. 

O evento reuniu representantes políticos, como a Ministra Marina Silva, os Deputados Federais do Rio de janeiro, Chico Alencar, Tarcísio Motta e Talíria Petrone, o Deputado Federal de Recife Túlio Gadêlha, os Deputados Estaduais do Rio de Janeiro, Yuri Moura e Renata Sousa, a Vereadora de Macaé, Iza Vicente, o mestre em educação, Douglas Heliodoro, o Professor e pesquisador Antônio Augusto, a Vereadora do Rio de Janeiro, Thais Ferreira, o coordenador de Organização da Rede Sustentabilidade, Giovani Mockus, o Diretor Presidente da Rede Sustentabilidade, José Gustavo e Gabriela Félix, Porta Voz Feminina Executiva Estadual da REDE RJ.

Também estiveram presentes pré – candidatos a campanha em 2024 e membros da sociedade civil para discurtir a relevância da inserção de pautas sustentáveis nas futuras políticas públicas. De acordo com ele, foram preparadas mais de 450 propostas para estruturar informações para os candidatos.  

Recentemente o país e o mundo, vem testemunhando as mudanças climáticas e seus eventos extremos, como Rio de Janeiro e São Paulo, que presenciaram enchentes e um intensos temporais em 2023. Além do caso mais recente no Rio grande do Sul, tido como a maior tragédia do estado desde 1941 no estado. 

Esses fenômenos são decorrentes do acelerado aquecimento global, causado por elevadas  emissões de gases de efeito estufa por ação humana. O calor absorvido pela Terra é proveniente dos raios solares e enquanto uma parte é retida outra é dispensada. A presença adequada dos gases de efeito estufa no meio ambiente retém parte do calor necessário à vida. 

Porém, os níveis de emissão de gases aumentaram a partir de era industrial, muito acima da capacidade do planeta de devolvê-los ao espaço. Esse comportamento fez com que mais calor também fosse retido, aumentando a temperatura global e tornou eventos naturais, como o efeito estufa e as mudanças climáticas, muito mais intensos e desproporcionais. O uso de fontes de energia de origem fóssil, como o petróleo e carvão, estão entre os responsáveis. 

A Ministra Marina Silva contou que em seu último encontro com cientistas e pesquisadores,  foi constatado que mesmo que os países sigam à risca suas metas  para redução de emissões de carbono, serão necessários de 30 a 40 anos para recuperar o equilíbrio do meio ambiente. Ela pontua ainda que apesar do cenário preocupante há solução. “A mudança do clima chegou. É uma grande dificuldade e também oportunidade de prosperidade. A recuperação da mata ciliar por exemplo, gera emprego. Basta contratar um biólogo, engenheiro florestal, mobilizar a comunidade local. Isso gera emprego, gera renda!”, reforçou.

Para o Diretor da Rede, José Gustavo, o encontro é fundamental para preparar os futuros candidatos e seus mandatos diante do novo cenário. “No momento de eventos climáticos extremos, o poder público precisa se preparar para lidar com esse tipo de evento, porque quem mais sofre nessas situações são as pessoas em vulnerabilidade.” Segundo matéria publicada pelo G1, estudo do Observatório das Metrópoles, apontou que no Rio Grande do Sul por exemplo,  as áreas mais afetadas foram as habitadas por pessoas de baixa renda.

Para Chico Alencar, o desafio é fazer o discurso descer para vida concreta e para as politicas públicas: “Quando a gente não aprende pelo amor, aprende pela dor. Os atuais acontecimentos fazem a gente, de maneira dramática, repensar tudo.”

Em contra ponto, o Brasil está protagonizando importante posição quanto ao cenário político, econômico e ambiental. O pais foi escolhido para sediar a Conferência das Partes – COP30, evento que discute pautas climáticas a ser realizado em 2025, e o G20,  voltado para temas socioeconômicos, agendado para novembro deste ano, na cidade do Rio de Janeiro. 

E apresenta dados preocupantes, como os do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – Cemaden/MCTI – Cemaden. O país registrou 1.161 desastres, dentre eles 716 associados a eventos hidrológicos, como transbordamento de rios. Além disso, há os 1942 municípios apontados como vulneráveis à novas  ocorrências ambientais, de acordo com o Governo Federal

Para Iza Vicente, é importante entender que o tema sustentabilidade é um tema do presente. “Pensávamos que imagens que vemos do Rio de Grande do Sul fossem ocorrer daqui há 100 anos, mas está ocorrendo agora. Pessoas em vulnerabilidade, sem saber para onde ir, mortes… A solução deve ser para o agora e estar no centro de nossos projetos políticos.”

Marina Silva encerrou o encontro dizendo que a política ambiental é a prática da generosidade e que diante da natureza todos estão vulneráveis. “Por mais que para os pobres o prejuízo seja maior, lá no Rio Grande do Sul, o prejuízo está sendo para todos.”

A ocasião também distribuiu a “Cartilha de Competências”, um manual didático e educativo que esclarece sobre a organização política do país, tanto para os candidatos quanto para o público em geral. O material visa também construir uma agenda sustentabilista e recebe propostas do público geral. Acesse.