A minissérie “Adolescência”, da Netflix, não apenas conquistou recordes de audiência, mas também trouxe à tona um tema inquietante: o uso de emojis como códigos secretos entre jovens. Esses símbolos, aparentemente inofensivos, são utilizados para mascarar mensagens e intenções, muitas vezes em contextos preocupantes. A série, que acompanha o adolescente Jamie Miller em meio a um drama envolvendo bullying e homicídio, revela como os emojis podem ser usados para comunicação velada, refletindo comportamentos reais documentados por especialistas.

Os significados por trás dos emojis

Na trama, os emojis desempenham um papel crucial, sendo usados como uma linguagem codificada para expressar sentimentos, intenções e até mesmo para intimidar. A delegada Luana Davico, da Polícia Civil do Distrito Federal, destacou que os códigos apresentados na série não foram inventados, mas sim baseados em práticas reais observadas entre jovens britânicos e em comunidades digitais. Confira alguns dos significados revelados:

  1. Pílula Vermelha (💊): Faz referência ao conceito de “red pill”, popularizado pelo filme Matrix, mas que atualmente é associado a discursos machistas e radicais. Representa a adesão a ideologias que pregam a superioridade masculina.
  2. Feijão (🫘): Utilizado por grupos conhecidos como “incels” (celibatários involuntários), o emoji simboliza frustração sexual e críticas às mulheres, vistas por esses grupos como interesseiras.
  3. 100 (💯): Representa a teoria de que 80% das mulheres se interessam por apenas 20% dos homens, um conceito amplamente difundido em comunidades misóginas.
  4. Corações Coloridos (❤️💜💛): Cada cor carrega um significado específico. Por exemplo, o coração vermelho simboliza amor, enquanto o roxo está associado a desejo sexual, e o amarelo indica flerte inicial.
  5. Bola de Futebol Americano (🏈): Um código usado por pedófilos para sinalizar interesse em menores de idade, muitas vezes acompanhado de palavras-chave para disfarçar intenções.

A realidade por trás da ficção

A série “Adolescência” se baseia em comportamentos documentados por especialistas em segurança digital, trazendo um retrato impactante dos desafios enfrentados pelos jovens na era das redes sociais. O uso de emojis como linguagem oculta reflete a necessidade de supervisão e diálogo entre pais, educadores e adolescentes. Segundo a delegada Luana Davico, esses códigos são frequentemente usados para escapar da vigilância de adultos, criando um ambiente de comunicação velada que pode esconder riscos.

O impacto social e a conscientização

Além de entreter, “Adolescência” provoca reflexões sobre a influência das redes sociais na formação dos jovens e os perigos do mundo digital. A série destaca a importância de um diálogo aberto e da educação digital para prevenir comportamentos nocivos. Especialistas alertam que compreender essas linguagens ocultas é essencial para proteger os adolescentes e promover um ambiente mais seguro.

Com sua abordagem inovadora e temática relevante, “Adolescência” não apenas cativa o público, mas também lança luz sobre questões urgentes da sociedade contemporânea. A minissérie está disponível na Netflix e continua gerando debates sobre os desafios da juventude na era digital.

Confira a publicação (carrossel) do coach Paulo Vieira no instagram (utilizados no instagram também do Imprensa Brasília):