Em uma medida estratégica para reduzir a mortalidade materna no Brasil, o Ministério da Saúde anunciou a recomendação de suplementação de cálcio para todas as gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão, baseada em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), visa prevenir a pré-eclâmpsia, uma das principais causas de complicações graves durante a gestação.

Estudos indicam que a suplementação diária de cálcio pode reduzir em até 55% o risco de pré-eclâmpsia. A condição, que pode se manifestar a partir da 20ª semana de gestação, pode levar a complicações graves como insuficiência hepática, insuficiência renal, descolamento prematuro de placenta e restrição do crescimento fetal. A suplementação de cálcio é especialmente importante em um país onde mais de 96% das mulheres adultas consomem menos cálcio do que o recomendado.

A nova diretriz recomenda que todas as gestantes recebam suplementação diária de cálcio a partir da 12ª semana de gestação até o parto. A dosagem recomendada é de dois comprimidos diários de carbonato de cálcio (1.250 mg, equivalente a 1.000 mg de cálcio elementar). A prescrição pode ser feita por médicos, enfermeiros e nutricionistas das equipes da Atenção Primária à Saúde (APS). É importante observar que o cálcio não deve ser ingerido simultaneamente com o ferro, sendo necessário um intervalo de duas horas entre os suplementos para garantir a absorção adequada de cada um.

A medida faz parte da Rede Alyne, principal estratégia do SUS para fortalecer o pré-natal e reduzir as desigualdades no cuidado materno e infantil. A suplementação de cálcio não só reduz o risco de pré-eclâmpsia, mas também contribui para uma gestação mais saudável, melhorando as chances de um parto seguro e o desenvolvimento saudável do bebê.

A coordenadora-geral de Atenção à Saúde das Mulheres, Renata Reis, destacou que a suplementação de cálcio é uma medida essencial para enfrentar a mortalidade materna e infantil. “A condição pode se manifestar a partir da 20ª semana de gestação e levar a complicações graves, como insuficiência hepática, insuficiência renal, descolamento prematuro de placenta e restrição do crescimento fetal”, explicou Reis.