Em uma decisão histórica, o Ministério da Saúde anunciou que a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) será disponibilizada gratuitamente para todas as gestantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida, aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), tem como objetivo proteger os bebês nos primeiros meses de vida, período em que são mais vulneráveis a complicações causadas pelo VSR.
O VSR é a principal causa de bronquiolite, uma inflamação dos bronquíolos que pode levar a dificuldades respiratórias graves e, em casos extremos, à morte. A vacinação durante a gestação faz com que a mãe produza anticorpos que são transferidos ao feto, proporcionando proteção passiva ao bebê até os primeiros meses de vida. Estudos mostram que a vacina pode prevenir aproximadamente 28 mil internações anuais e reduzir significativamente a mortalidade infantil associada ao VSR.
A vacina recombinante contra os tipos A e B do VSR será administrada entre 24 e 36 semanas de gestação, período em que o risco de infecção é maior. A estratégia combinada de vacinação e medicamentos, incluindo o anticorpo monoclonal nirsevimabe para bebês prematuros e crianças com comorbidades, visa proteger cerca de 2 milhões de crianças em seus primeiros meses de vida.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a incorporação da vacina no SUS é um marco na política de imunização do país. “A introdução dessas tecnologias representa um avanço significativo na proteção das nossas crianças, com redução das internações diante do alto número de casos. É um marco da nossa política de imunização e no cuidado de gestantes e bebês”, afirmou.
A decisão foi bem recebida pela comunidade médica e pelos pais. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi, destacou que a nova vacina trará muitos impactos positivos à saúde infantil. “Vai diminuir a necessidade de consultas em emergência, de internação, de UTI, de intubação e também o número de mortes. Há também o impacto de longo prazo. Após a primeira infecção pelo VSR, a criança pode ter chiados por algum tempo na sua vida, desencadeado por diversos fatores, principalmente infecção viral”, explicou.