No Dia do Portador de Marcapasso, desvendamos o cotidiano após o implante e orientações essenciais para uma vida plena.
No cenário da medicina contemporânea, a imagem de um dispositivo regulando os batimentos cardíacos já não é mais ficção científica. Com mais de 300 mil pessoas utilizando marcapassos no Brasil, segundo dados do Censo Mundial de Marcapasso e Desfibriladores, a necessidade e a eficácia desses dispositivos são inegáveis.
Neste Dia do Portador de Marcapasso, celebrado em 23 de setembro, a campanha da ABEC/DECA traz à tona uma série de questionamentos comuns a quem convive com esse aparato. Desde o uso do celular até a passagem por detectores de metais, o dia a dia dessas pessoas é repleto de nuances que merecem ser esclarecidas.
O Que é e Como Funciona o Marcapasso
Quando o ritmo cardíaco se torna irregular ou lento, um marcapasso se torna uma solução vital. O dispositivo monitora continuamente o coração, identificando batimentos fora do padrão e emitindo estímulos elétricos para regularizá-los. Segundo o cardiologista Ernesto Osterne, essa intervenção é crucial para restaurar a normalidade e aliviar sintomas causados pela bradicardia.
O procedimento de implante, considerado simples, dura de uma a duas horas e permite que o paciente retome as atividades habituais após cerca de 30 dias. Após a cirurgia, sintomas como tonturas e falta de ar tendem a desaparecer, promovendo uma melhora significativa na qualidade de vida.
Tipos de Marcapassos e suas Indicações
Os marcapassos convencionais podem ser unicamerais ou bicamerais, adaptando-se a diferentes necessidades. Os ressincronizadores cardíacos, por sua vez, são especialmente benéficos para quem sofre com o bloqueio do ramo esquerdo, proporcionando uma notável melhora na qualidade de vida.
Os cardiodesfibriladores implantáveis, também conhecidos como desfibriladores, vão além, atuando na detecção e tratamento de arritmias potencialmente fatais, como a fibrilação ventricular.
Orientações Pós-Implante
Após o procedimento, alguns cuidados são essenciais para garantir o bom funcionamento do marcapasso. Telefones celulares, por exemplo, devem ser mantidos a uma distância mínima de 15 cm do local do implante. Em relação a sistemas detectores de metais, o paciente deve portar um documento de identificação que facilite sua passagem.
A prática de exercícios físicos e a condução de veículos são permitidas, mas sempre com a orientação do médico. Evitar dormir do lado do marcapasso nos primeiros dias e evitar colchões magnéticos são precauções que prolongam a vida útil do dispositivo.
O Dia do Portador de Marcapasso é, antes de tudo, uma oportunidade de desmistificar o cotidiano de quem conta com esse suporte essencial. Mais do que um dispositivo, o marcapasso é um aliado na preservação da saúde e na garantia de uma vida plena.