A estreia do “Samba Meu Bem” acontece no próximo domingo, 10 de março, às 15 horas, no Buteco do Encontro (206 Norte), e promete animar a tarde de domingo na Babilônia Norte. O couvert custa 13 reais.
O grupo musical celebra a riqueza cultural com a proposta de levar o samba além dos limites do Plano Piloto. O Samba Meu Bem surge do desejo de estabelecer um projeto com membros que refletem uma variedade de experiências e trajetórias de vida.
Com orgulho, destaca-se que o grupo é formado por pessoas negras, mulheres e membros da comunidade LGBTQIAPN+, o que traz perspectivas únicas e enriquecedoras para o coletivo. Um coletivo que valoriza a interação e aprendizado recíprocos, proporcionados pela convivência entre os músicos mais experientes e os que estão em evolução. A gig é formada por participantes que trazem na bagagem suas histórias de vida e a relação de cada um com o samba.
Músicos e suas trajetórias
O Samba Meu Bem é composto pela talentosa cantora carioca Carol Ribeiro, que há mais de uma década fez de Brasília sua casa e descobriu na capital federal rodas de samba tão envolventes e autênticas quanto as do Rio de Janeiro. Sua jornada musical começou na adolescência e foi moldada por influências de seus pais. Desde então se dedica ao estudo do canto entre aulas particulares, coros e escolas de música do Rio e Brasília.
No comando do banjo, Caio Moreira, que também toca cavaco e violão, teve sua iniciação musical há mais de 20 anos por influência de seu pai e amigos próximos. Para Caio, o samba remete à ancestralidade como ponto máximo da cultura preta brasileira.
Já a pandeirista Camis Souza é autodidata por excelência, ganhou seu primeiro pandeiro com apenas cinco anos de idade e seu talento nato e habilidade com o pandeiro encantam o público. Sua jornada musical começou observando atentamente seu tio tocar nas animadas rodas de samba que a família organizava aos finais de semana, absorvendo cada batida e ritmo de forma intuitiva e apaixonada.
Para complementar a harmonia, o multi-instrumentista William Ribeiro traz seu violão e sua experiência como professor de cavaco na Escola de Choro Raphael Rabello. Seu pai o presenteou com um cavaquinho aos cinco anos e isso despertou seu interesse pela música. Aos 16 anos, uniu-se a alguns amigos, e juntos deram vida a um grupo de samba e pagode. Esse foi o início de uma jornada marcante, onde a música se tornou não apenas uma forma de expressão, mas também um meio de conectar pessoas e culturas.
Para dar liga nessa turma de craques, Fernanda Vitória se uniu ao grupo com uma trajetória que reflete sua paixão pela música desde tenra idade. Nascida da rica mistura de Minas Gerais com Pernambuco, sua jornada musical começou aos dez anos de idade. Sua dedicação e talento a levaram a assumir um papel de destaque, aos 22 anos, como segunda regente do prestigiado Coletivo Filhas de Oyá. Hoje, aos 29 anos, Fernanda é um verdadeiro ícone da música do DF, sendo reconhecida por sua maestria percussiva.
Natasha Hennig, nascida e criada em Brasília, explorou, desde sua infância, uma variedade de instrumentos de percussão por incentivo de seu pai, baterista, que lhe ensinou um pouco do que sabe sobre ritmos e marcação de compassos. Ela completa o grupo tocando ganzá e agogô e sua paixão por música e pelo samba a fizeram idealizar o Samba Meu Bem.
O samba para além das asas do avião
O grupo identifica no Distrito Federal um terreno fértil para o crescimento do mercado cultural e vislumbra oportunidades promissoras para novas iniciativas. Além disso, parte de sua missão a médio e longo prazo é expandir suas performances para outras regiões administrativas do DF. Esta expansão é uma resposta ao problema estrutural de centralização do mercado cultural no Plano Piloto. Embora haja manifestações de samba em outras cidades satélites, estas enfrentam desafios significativos de visibilidade e suporte financeiro, em comparação com o epicentro cultural da capital.