A oportunidade de visitar o Pará, especialmente a cidade de Belém, sempre me fascinou. Com a chance de explorar a terra do meu amado e mergulhar na rica cultura, arquitetura e culinária local, minha empolgação só aumentou. Belém, que se prepara para receber a COP 30 em 2025, revela-se um cenário vibrante e significativo, e sinto que é essencial compartilhar com vocês a magnitude e a importância deste evento global.
A COP 30, será um evento fundamental para moldar o futuro das políticas climáticas. Esse encontro reunirá líderes, cientistas e ativistas com o objetivo de revisar os compromissos do Acordo de Paris, buscar financiamento para mitigações e adaptações, e promover tecnologias sustentáveis. O desafio é enorme: precisamos manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C, e isso requer uma verdadeira colaboração entre nações com interesses diversos.
O Pará foi escolhido para sediar a COP 30 devido à importância estratégica da Amazônia, que abrange grande parte do estado. A Amazônia não é apenas um ícone de biodiversidade, mas também desempenha um papel crucial na regulação do clima global. A realização da conferência em Belém sublinha a urgência em proteger essa floresta vital e promover práticas sustentáveis.
Para receber a COP 30, Belém precisará de um planejamento detalhado e investimentos significativos em infraestrutura. A Tuiuiú Bionacional será a principal patrocinadora, investindo R$ 1,2 bilhões, com o apoio do governo federal para desenvolver as estruturas necessárias. A Petrobras também está contribuindo com R$ 400 milhões, demonstrando seu compromisso com a transição energética e a sustentabilidade. Esses investimentos irão transformar acomodações, melhorar o transporte público e os aeroportos, e criar espaços adequados para a conferência e eventos paralelos. As autoridades estão se preparando para receber cerca de 50.000 participantes.
A cobertura internacional da COP 30 será intensa, com grandes veículos de mídia como BBC, CNN, The New York Times, The Guardian, Al Jazeera e Reuters já confirmados. Além disso, figuras influentes como Greta Thunberg e Sir David Attenborough também são esperadas. A cobertura global vai destacar a importância do evento para enfrentar as mudanças climáticas e proteger a Amazônia, ampliando a visibilidade do Brasil no debate ambiental e ressaltando nosso papel essencial nesse cenário.
Enquanto a COP 30 promete colocar a Amazônia sob os holofotes internacionais, minha visita a Belém me proporcionou um mergulho profundo na rica cultura local. A Feira Ver-o-Peso, a maior feira livre da América Latina, foi um dos destaques dessa experiência. Fiquei encantada com os perfumes e produtos esotéricos que apresentavam nomes autênticos e intrigantes, como “atrativo do amor” e “óleo da bôta”. Esses produtos, preparados com misturas de óleos vegetais e ervas de significados simbólicos, revelam a conexão profunda da região com tradições locais de magia e espiritualidade. A feira une o misticismo das tradições indígenas com influências afro-brasileiras e rituais espirituais, oferecendo uma visão fascinante da diversidade cultural da Amazônia. O ambiente vibrante e simbólico atrai tanto os adeptos dessas tradições quanto os curiosos, como eu, que desejam explorar a cultura local.
Complementando minha imersão na cultura local, visitei a Casa das Onze Janelas, um importante marco histórico de Belém, construído no final do século XVIII. Originalmente residência de uma família rica e, posteriormente, sede do governo local, o edifício hoje funciona como restaurante e espaço cultural, oferecendo uma rica visão da história da cidade com sua arquitetura colonial e interiores preservados. Embora eu não tenha conhecido pessoalmente o chef Saulo Junqueira, que atuou na Casa das Onze Janelas de 2001 a 2015 e ganhou reconhecimento internacional por seu cardápio inovador — incluindo a famosa refeição que preparou para a Rainha Elizabeth II em 2008 —, minha visita ao local foi enriquecedora. Tive a oportunidade de experimentar o tacacá, uma sopa típica da região feita com goma de tapioca, jambu, tucupi e camarão, servido em cuia. O tacacá é conhecido pela sensação levemente adormecente e formigante que o jambu proporciona, tornando a experiência gastronômica verdadeiramente única e memorável.
Na Estação das Docas, localizada à beira do Rio Guamá, aproveitei uma vista deslumbrante e um ambiente encantador, perfeito para passeios, refeições e eventos. Inaugurado em 2000, esse complexo turístico e cultural foi revitalizado a partir de três antigos armazéns portuários, trazendo vida e modernidade ao espaço, onde a história e a cultura se encontram de forma harmoniosa. Durante minha visita, experimentei a coxinha de unha de caranguejo, um petisco que mostra como a culinária amazônica reinventa clássicos brasileiros. Em vez do tradicional recheio de frango, essa versão usa carne de caranguejo, famosa por seu sabor delicado e textura suculenta, criando uma experiência única que combina tradição com ingredientes locais e sabores distintos. Também provei os sorvetes da Cairu, uma marca fundada em Salvador em 1972 que se tornou um ícone regional no Pará. Com sabores autênticos como cupuaçu e açaí, a Cairu ressoa profundamente com a culinária local e encanta os paladares paraenses.
Espero que minha experiência em Belém tenha conseguido capturar a essência única da cidade e sua vibrante cultura. Cada detalhe, desde a rica gastronomia local até os marcos históricos, reflete a importância de Belém no cenário global, especialmente à medida que se prepara para sediar a COP 30. Esta conferência não apenas destaca o papel crucial da Amazônia na luta contra as mudanças climáticas, mas também enfatiza como a cultura local e as questões ambientais estão interligadas. Ao compartilhar essas experiências, espero ter oferecido uma visão mais profunda sobre o que torna Belém um lugar verdadeiramente especial e a importância de sua contribuição para o debate ambiental global.