Por Rochelly Costa

Em 18 de outubro de 2019, o Chile testemunhou uma onda de protestos que se transformaram em uma  luta intensa por justiça social e econômica. O que começou como uma reação ao aumento de tarifas de  transporte público rapidamente evoluiu para a maior crise social desde o retorno à democracia em 1990. Cinco anos depois, as promessas de mudança ainda não foram cumpridas, deixando um legado de  frustração e resiliência.

Tudo começou com o anúncio do aumento das tarifas do metrô de Santiago em cerca de 4%. A  declaração de Juan Andrés Fontaine, que recomendou à população acordar mais cedo para aproveitar as tarifas reduzidas antes das 7h da manhã, foi vista como uma zombaria à classe trabalhadora. Em 18 de  outubro de 2019, estudantes do ensino médio e universitário tomaram as ruas em protesto.

O que começou como uma manifestação estudantil logo cresceu, mobilizando milhares de pessoas de  todas as idades e setores sociais. As demandas se expandiram para incluir questões como saúde,  educação, previdência social e desigualdade econômica. As praças e avenidas de Santiago e outras  cidades chilenas foram palco de confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança, resultando em mortes, feridos e prisões.

Em resposta às pressões populares, o governo chileno concordou em iniciar um processo para reformar a constituição do país, herdada da ditadura de Pinochet. Em outubro de 2020, um plebiscito histórico  aprovou a redação de uma nova constituição, trazendo esperança de mudanças significativas. No entanto, o processo não foi simples: duas tentativas fracassaram, com a constituição proposta sendo rejeitada em referendos subsequentes.

Hoje, cinco anos após o início dos protestos, muitos chilenos sentem que as promessas de mudança não  foram cumpridas. As desigualdades sociais e econômicas persistem, e as reformas estruturais desejadas  ainda não foram implementadas. No entanto, o movimento de 2019 deixou uma marca indelével na  sociedade chilena, reforçando a importância da luta por justiça e direitos.

A história do Estallido Social de 2019 no Chile é um lembrete poderoso da capacidade das pessoas de se unirem em busca de um futuro melhor. Embora as mudanças esperadas ainda não tenham sido  concretizadas, a determinação dos chilenos continua a inspirar. Com o quinto aniversário do Estallido, as manifestações em Santiago refletem tanto a frustração quanto a esperança de um país que continua a  lutar por justiça.

Hoje, estou em Providência, Santiago/Chile, em meu vídeo, mostrei uma das ruas já fechadas devido à  concentração de pessoas em uma praça próxima, marcando o quinto aniversário do Estallido Social de  2019. Este movimento começou como um protesto contra o aumento das tarifas de transporte público e se transformou em uma luta por justiça social e econômica. A presença policial está reforçada para  garantir a segurança durante as manifestações.