Em um esforço para promover a inclusão e a educação artística, a escola pública CEF 11, localizada na comunidade do Gama, no Distrito Federal, está vivenciando uma transformação significativa com a implementação de oficinas gratuitas de dança, teatro e música. Este projeto, intitulado Viva Arte Viva-Gama, é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC) e a Associação dos Amigos das Artes de Brasília (AMABRA), representada pela Orquestra Filarmônica de Brasília (OFB).

Desde o início das atividades, os alunos, que estão em situação de vulnerabilidade social, têm a oportunidade de vivenciar na prática os conceitos aprendidos em sala de aula, trazendo uma nova dimensão ao ensino da arte. Em novembro, essa experiência culminará em uma apresentação conjunta entre os estudantes e músicos da OFB, fortalecendo os laços entre a comunidade escolar e o universo musical profissional.

O professor e violinista Konam Oliveira, que lidera as oficinas, compartilha sua empolgação com o processo de ensino. “É gratificante ver as diferentes vivências e personalidades das crianças, todas unidas pelo objetivo de fazer música. A proposta é mostrar que a música erudita é acessível e que aprender a tocar um instrumento abre um mundo de possibilidades, especialmente para aqueles que, devido à condição socioeconômica, não teriam acesso a essa experiência”, comenta Konam.

Tales Pimentel Portugal, professor de sopros, elogia o entusiasmo dos alunos. Ele ensina turmas de 6º e 8º ano e observa melhorias significativas, como o aumento da resistência respiratória dos estudantes. “Trabalhar a coletividade é fundamental; peço que eles ajudem uns aos outros, promovendo um ambiente de colaboração. As aulas seguem uma rotina que inclui alongamento, revisão de notas e introdução de novas músicas, integrando repertórios nacionais e internacionais”, explica Tales.

Além das oficinas de sopros e violino, o projeto inclui ballet clássico, canto e teatro, beneficiando 320 alunos entre 11 e 14 anos. A escolha da CEF 11 para receber essas atividades visa despertar a curiosidade e promover a linguagem artística, ao mesmo tempo que oferece novas perspectivas profissionais por meio de cursos técnicos, contribuindo para a transformação social da comunidade.

A diretora da escola, Leila Rodrigues, enfatiza a importância da iniciativa. “A música e as artes estão interligadas a diversas áreas do conhecimento, como a matemática e o desenvolvimento emocional. Esse projeto enriquece a formação dos alunos e amplia suas habilidades”, afirma Leila.

Para culminar essa experiência, no dia 4 de novembro, às 19h, ocorrerá uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Brasília junto aos alunos, aberta à comunidade escolar, no SESC do Gama. As oficinas estão estruturadas para incluir ícones e legendas de acessibilidade, garantindo que todos os alunos possam participar plenamente das atividades.

O projeto Viva Arte Viva-Gama não só enriquece a vida cultural da escola, mas também abre caminhos para novas oportunidades, promovendo a educação artística como ferramenta de inclusão e desenvolvimento social.