Foto: evento Technical Meeting on Assessing and Quantifying Prognosticated and Speculative Uranium Resources (Reunião Técnica sobre Avaliação e Quantificação de Recursos Prognosticados e Especulativos de Urânio), da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Reprodução.

06\11\2024 – 12:59 – Rio de Janeiro

Representantes de 12 países estão reunidos nesta semana na cidade carioca para discutir  sobre a pesquisa mineral de urânio e a garantia de sua oferta futura para o Brasil e o mundo. O evento Technical Meeting on Assessing and Quantifying Prognosticated and Speculative Uranium Resources (Reunião Técnica sobre Avaliação e Quantificação de Recursos Prognosticados e Especulativos de Urânio) é a ocasião que está promovendo esse intercâmbio e resulta de uma iniciativa da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O encontro está sendo sediado e organizado pela Indústrias Nucleares do Brasil – INB.

Serão revisadas as metodologias para reportar recursos de urânio utilizadas por países membros da AIEA, especialmente os recursos potenciais ainda não descobertos, além de avaliação das ferramentas de aferição e quantificação, visando tornar mais precisos os  inventários sobre a disponibilidade de urânio nos próximos anos.

De acordo com o Plano Nacional de Energia 2030 da EPE, os estudos de prospecção e pesquisas geológicas que já foram realizados no Brasil, por exemplo, estimam ter descoberto apenas 25% das reservas disponíveis no território nacional. O Plano aponta que há indícios da existência de mais de 800 mil toneladas do minério no país.

Foto: Usina nuclear. Freepik\Reprodução

Durante a cerimônia de abertura, realizada nesta segunda-feira, 4 de novembro, o presidente da INB, Adauto Seixas, falou sobre a importância do urânio para a geração de energia limpa e citou a relevância do evento para o momento da empresa, que promove a retomada da pesquisa mineral de urânio no Brasil:

“Com o aumento esperado de demanda nos próximos anos, o mundo vai precisar de novos fornecedores. E a INB, como detentora da prerrogativa de realizar a pesquisa e lavra de urânio no país, tem e terá um papel central na prospecção de novas jazidas de urânio aqui no Brasil”, afirmou.

Seixas mencionou o Pró-Urânio, Programa de Parcerias em Prospecção e Lavra de Urânio e materiais associados, com o qual a INB pretende selecionar parceiros em projetos exploratórios.. “Na primeira fase, quatro áreas serão disponibilizadas para licitação, que ocorrerá ao longo de 2025”, afirmou.

O representante da Agência Internacional de Energia Atômica, Mark Mihalasky, disse que a intenção de promover um encontro técnico sobre o tema é antiga. “É um encontro muito importante, porque agora estamos começando a ver um renascimento nuclear”, afirmou. Mihalasky apresentou dados do setor, como as usinas nucleares em funcionamento e em construção no mundo, demonstrando a tendência de aumento da demanda por urânio e a importância de pesquisar e avaliar esses recursos minerais.

Segundo dados disponibilizados no portal da INB, os países com maior potencial de recursos de urânio são: Austrália, Cazaquistão, Canadá, Rússia, Namíbia, África do Sul, Brasil, Niger e China.

Representando o Ministério de Minas e Energia, Vitor Saback, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, destacou ainda que o crescimento da energia nuclear no Brasil está diretamente vinculado aos compromissos internacionais do Brasil de descarbonização e à transição para uma economia de baixo carbono. “Entendemos que a correta avaliação de nossas reservas é essencial para planejarmos o futuro de nossa matriz e garantirmos a segurança energética do país”, complementou.

A cerimônia de abertura contou ainda com a presença de representantes da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB), entre outras empresas e instituições ligadas ao setor. O evento segue até o dia 8 de novembro, data, será realizada uma visita à Fábrica de Combustível Nuclear da INB, em Resende/RJ.