O mercado financeiro ajustou novamente as expectativas para a inflação no Brasil, indicando uma alta no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A projeção passou de 4,62% para 4,64%, conforme o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (18). Este é o sexto aumento consecutivo na previsão da inflação para o ano.
A estimativa já ultrapassa o teto da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Há um mês, o mercado projetava um IPCA de 4,39%, evidenciando a persistente pressão inflacionária.
Além disso, o relatório aponta que a taxa básica de juros (Selic) deve permanecer estável em 11,75% até o fim do ano que vem. O dólar, por sua vez, é estimado para fechar 2024 cotado a R$ 5,55. Já o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 3,10% em 2024, mantendo a previsão das semanas anteriores.
O cenário reflete tanto os desafios globais, como o impacto de pressões inflacionárias em economias desenvolvidas, quanto fatores internos, como o comportamento dos preços de serviços e alimentos. Analistas destacam que a política monetária brasileira, com taxas de juros elevadas, visa conter esses avanços, mas a desaceleração do ritmo de cortes nos juros sinaliza cautela.
Essa revisão para cima na inflação ressalta as dificuldades que o Banco Central enfrentará para atingir o centro da meta, enquanto o impacto de políticas fiscais e monetárias seguirá no radar de investidores e analistas.
A persistência da inflação acima da meta pode dificultar o planejamento econômico e impactar diretamente o custo de vida da população.