Um estudo recente realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela que o consumo excessivo de frutose, um açúcar encontrado naturalmente nas frutas e adicionado artificialmente em muitos produtos industrializados, pode levar a um aumento significativo na inflamação e no risco cardiovascular.

Ao contrário do que muitos pensam, o perigo não está nas frutas, mas sim nos produtos industrializados que contêm altas quantidades de frutose. Um estudo conduzido pela UFMG e publicado na revista Nutrition apontou que o consumo excessivo de frutose está associado a um aumento significativo nos marcadores de inflamação e nos níveis de triglicerídeos, que estão ligados ao risco cardiovascular.

A pesquisa envolveu 22 mulheres saudáveis, que receberam um café da manhã padronizado com uma bebida rica em frutose. Amostras de sangue foram coletadas em diferentes momentos após a refeição e comparadas com amostras coletadas após o consumo de glicose e sacarose. Os resultados mostraram que a frutose aumentou mais significativamente os níveis de triglicerídeos e leucócitos (células de defesa que sinalizam inflamações) em comparação com a glicose e a sacarose.

Além da inflamação, o consumo excessivo de frutose está ligado a uma série de problemas de saúde, incluindo a síndrome metabólica, diabetes tipo 2, esteatose hepática não alcoólica (acúmulo de gordura no fígado) e aumento dos níveis de ácido úrico, que pode levar à gota. A frutose é frequentemente adicionada a refrigerantes, sucos, cereais matinais, bolos e sorvetes, aumentando o risco dessas condições.

É importante distinguir entre a frutose naturalmente presente nas frutas e a frutose adicionada artificialmente em alimentos industrializados. Nas frutas, a frutose está acompanhada de vitaminas, minerais e fibras, enquanto nos alimentos industrializados, a concentração de frutose é muito maior e pode impactar negativamente a saúde.