Nos últimos anos, o leite e seus derivados têm enfrentado uma crescente resistência devido ao movimento conhecido como “terrorismo nutricional”, que rotula diversos alimentos como prejudiciais. No entanto, novos estudos científicos estão reforçando que os laticínios não devem ser eliminados da dieta sem orientação médica.

Um dos estudos mais recentes, publicado no periódico científico Clinical Nutrition, analisou dados de 7.521 participantes do estudo britânico Fenland e concluiu que grande parte dos laticínios não favorece o surgimento do pré-diabetes. Além disso, o estudo sugeriu que o consumo de leite desnatado pode até reduzir o risco de desenvolver a doença. No entanto, o excesso de lácteos ricos em gordura pode ser prejudicial.

Outro estudo nacional, o Elsa-Brasil, indicou que o consumo moderado de laticínios não aumenta o risco de doenças cardiovasculares e, pelo contrário, pode beneficiar a saúde das artérias. Quanto à relação entre laticínios e processos inflamatórios, ainda não há comprovação científica sólida de que a ingestão sirva de estopim, exceto em casos específicos, como alergias e intolerâncias.

Para pessoas alérgicas, o leite pode desencadear inflamações devido à caseína, uma proteína de difícil digestão. Já em casos de intolerância à lactose, o problema está na deficiência de lactase, a enzima responsável por digerir o açúcar do leite, o que provoca sintomas como inchaço abdominal e desconfortos intestinais.

Apesar das controvérsias, o leite continua sendo uma importante fonte de nutrientes essenciais, como cálcio, vitaminas A e D, e proteínas. As diretrizes alimentares recomendam até três porções diárias de laticínios para garantir uma dieta equilibrada e saudável.

Portanto, antes de excluir laticínios do cardápio, é fundamental buscar um diagnóstico correto e considerar as recomendações médicas. O leite pode ser um aliado da saúde quando consumido com moderação e de forma consciente.