A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando um caso alarmante de cirurgia clandestina que resultou na amputação do pé de uma idosa de 103 anos. O procedimento foi realizado em um apartamento na Asa Norte, sem as devidas condições sanitárias e sem autorização médica, pela enfermeira Christiane Pereira, que utilizou um bisturi cego para a operação.

A idosa, que estava com o pé completamente necrosado, passou pelo procedimento sem a anestesia necessária, o que lhe causou dores intensas. A enfermeira, que havia sido contratada pelos familiares da idosa para realizar o procedimento, não possuía informações detalhadas sobre a paciente, incluindo seu nome e idade. Durante a cirurgia, a idosa foi enganada, ouvindo que o procedimento seria para “retirar uma unha encravada”.

Após a amputação, a enfermeira e os familiares enfrentaram dificuldades para descartar o pé necrosado. Mensagens trocadas via WhatsApp revelaram que a profissional tentou descartar o membro no hospital onde trabalha, mas sem sucesso. Em uma das conversas, a enfermeira chegou a rir da situação, demonstrando descaso.

Christiane Pereira, ao perceber a gravidade da situação, lavrou um Boletim de Ocorrência (BO) informando que o membro amputado havia sido descartado, mas a PCDF ainda está apurando onde o pé foi realmente descartado. O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), que está conduzindo as investigações.

A idosa, que estava sendo cuidada por técnicas de enfermagem em regime de home care, foi internada recentemente para amputar parte da perna necrosada. Os investigadores da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual (Decrin) estão ouvindo familiares e funcionários para esclarecer os fatos.

A notícia gerou indignação na comunidade, levantando questões sobre a fiscalização e a qualificação dos profissionais de saúde. A situação também destaca a vulnerabilidade dos idosos e a importância de garantir que procedimentos médicos sejam realizados em ambientes adequados e por profissionais habilitados.