Um estudo recente do Núcleo de Economia e Assuntos Fiscais da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara dos Deputados aponta que o governo corre risco fiscal se não promover novos cortes no orçamento. Com o crescimento das despesas obrigatórias, como previdência, funcionalismo e seguro-desemprego, a tendência é que o próximo governo, independente de quem seja, herde um grande desafio já no início do mandato.
O estudo indica que o orçamento da União poderia estar comprometido a partir de 2027, caso a tendência atual se concretize e o governo não promova mudanças nas despesas discricionárias. Em 2027, o espaço para gastos livres dos ministérios é de apenas R$ 29,6 bilhões, considerado insuficiente para cobrir as demandas atuais. A situação ficaria ainda pior em 2029, quando o espaço ficaria negativo, ou seja, não haveria despesas não-obrigatórias.
O aumento contínuo da dívida pública pode resultar em taxas de juros mais altas, afetando tanto o setor produtivo quanto os consumidores. Além disso, a pressão sobre o orçamento pode levar a cortes em áreas essenciais, como saúde e educação, comprometendo a qualidade dos serviços públicos.
Especialistas destacam a urgência de medidas fiscais para conter o crescimento da dívida. A alteração da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a implementação de novas políticas fiscais são passos necessários para garantir a sustentabilidade das contas públicas.