O Nubank, fundado por David Vélez em 2013, tem surpreendido o mercado com seus resultados consistentes. No primeiro trimestre deste ano, a empresa registrou um lucro líquido de US$ 142 milhões e uma receita de US$ 1,6 bilhão, um aumento de 87% em relação ao ano anterior, superando as expectativas dos analistas.
Enquanto muitas outras fintechs enfrentam crescimento lento e lucros escassos, o Nubank se destaca com sua rentabilidade. Suas ações na Bolsa de Valores de Nova York subiram 30% desde o último relatório, elevando seu valor de mercado para US$ 37 bilhões. A participação de David Vélez na empresa agora está avaliada em quase US$ 8 bilhões, representando 21% do valor total.
Os resultados impressionantes do Nubank são resultado de sua abordagem de negócios de baixo custo, totalmente digital e baseada em dados. A empresa agora conta com 46% dos adultos do Brasil como clientes e dobrou sua base de usuários nos últimos dois anos, atingindo 80 milhões de pessoas no Brasil, México e Colômbia, com apenas 8 mil funcionários.
Em comparação, o Chime, o banco digital de maior sucesso nos EUA, provavelmente possui menos de 20 milhões de usuários registrados e enfrentou desafios de crescimento, inclusive com demissões em sua equipe no ano passado. Além disso, seu valor de mercado provavelmente diminuiu desde a avaliação de US$ 25 bilhões alcançada em uma rodada de financiamento em 2021.
David Vélez atribui o sucesso do Nubank à sua estratégia de focar em mercados emergentes, como o Brasil, onde as necessidades dos consumidores são mais significativas. Há uma década, o mercado bancário brasileiro era dominado por cinco grandes bancos que lucravam com altas taxas de juros e cobranças excessivas. O Nubank aproveitou essa oportunidade, oferecendo aos clientes um cartão de crédito sem taxas.
Embora lançar um cartão de crédito sem taxas fosse um movimento arriscado, o Nubank conseguiu atrair clientes com sua estratégia de marketing “corda de veludo”, convidando os primeiros usuários e seus amigos a solicitarem o cartão de crédito roxo distintivo da empresa.
O desafio agora para o Nubank é expandir seu sucesso para os mercados mexicano e colombiano, enquanto continua a crescer e a se tornar ainda mais lucrativo no Brasil. A empresa já se tornou a segunda empresa de serviços financeiros mais valiosa da América Latina, atrás apenas do Itaú, um banco tradicional de longa data.
Com seu desempenho consistente e uma estratégia bem-sucedida, o Nubank está redefinindo o setor bancário digital não apenas no Brasil, mas também no cenário global.