Uma fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) revelou um cenário preocupante em escolas públicas da capital. Das 17 unidades de ensino visitadas, oito apresentavam problemas no abastecimento de água potável, colocando em risco a saúde de milhares de estudantes.
Infraestrutura precária e riscos à saúde
A inspeção, que abrangeu seis Coordenações Regionais de Ensino (CREs) e mais de 11 mil alunos, constatou que algumas escolas não possuíam qualquer certificação de potabilidade da água. Em uma delas, um laudo atestou que a água disponível era insatisfatória para consumo.
Além disso, problemas estruturais impediram a limpeza adequada das caixas d’água em algumas unidades. Em seis escolas, não havia qualquer comprovante de manutenção recente, o que pode comprometer a qualidade da água e aumentar os riscos de contaminação.
Situação crítica em Ceilândia
A Escola Classe 59 de Ceilândia foi classificada como a unidade em pior estado entre as vistoriadas. Durante a visita do presidente do TCDF, Manoel de Andrade, e da equipe de auditoria, foram identificadas salas com infiltrações, banheiros sem forro e sem energia elétrica, além de mictórios inutilizáveis.
Outro caso alarmante foi o da Escola Classe Cooperbras, no núcleo rural de Tabatinga, em Planaltina. Relatos de funcionários e da comunidade escolar indicam que alunos frequentemente passam mal após ingerirem a água da unidade, que já possui um laudo atestando sua impropriedade para consumo.
Providências e possíveis interdições
O TCDF pretende solicitar ao Governo do Distrito Federal (GDF) melhorias urgentes nas instalações. Caso as reformas não sejam realizadas dentro do prazo estipulado, a Corte pode pedir ressalva de contas e até interdições nas unidades mais afetadas.
“A proposta do tribunal é interagir com todo o governo. Na escola, em especial, a ação é para conhecer e mostrar a carência de melhoria na qualidade das escolas, como essa, que sofre com problemas na estrutura”, afirmou Manoel de Andrade.
Segundo levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público, mais de 647 mil estudantes de escolas públicas em todo o país não têm acesso a água potável. No Distrito Federal, uma auditoria realizada em 2023 já havia apontado que 12 escolas não possuíam certificado de potabilidade da água e diversas apresentavam deficiências graves de infraestrutura sanitária.
O Imprensa Brasília seguirá acompanhando o caso e trará novas atualizações sobre as medidas adotadas para garantir condições adequadas aos estudantes.
foto e fonte: João Paulo Nunes/Metrópoles