Johnson & Johnson terá que pagar R$ 90 milhões em indenização a um homem da Califórnia que desenvolveu câncer devido à exposição ao talco de bebê da empresa. Emory Hernandez Valadez, de 24 anos, processou a Johnson & Johnson alegando que desenvolveu mesotelioma, um câncer mortal, como resultado da forte exposição ao talco da empresa desde a infância.

O júri do tribunal estadual da Califórnia em Oakland decidiu a favor de Hernandez e determinou que ele tinha direito a uma indenização para compensar seus danos médicos, dor e sofrimento. No entanto, devido a uma ordem judicial de falências que congelou a maioria dos litígios sobre o talco da Johnson & Johnson, Hernandez não poderá receber a quantia.

Essa condenação representa um revés para a Johnson & Johnson, que enfrenta milhares de casos semelhantes sobre seus produtos à base de talco nos tribunais dos Estados Unidos. A empresa afirmou que apelará do veredito, argumentando que décadas de avaliações científicas independentes confirmam que o talco de bebê da Johnson & Johnson é seguro, não contém amianto e não causa câncer.

Dezenas de milhares de pessoas já entraram com ações contra a empresa no passado, alegando que o pó de bebê da Johnson & Johnson e outros produtos de talco às vezes continham amianto e causavam câncer de ovário e mesotelioma. A empresa nega as alegações e afirma que seus produtos de talco são seguros.

A LTL Management, subsidiária da Johnson & Johnson, entrou com pedido de falência em abril, propondo pagar US$ 8,9 bilhões para resolver mais de 38.000 ações judiciais relacionadas ao talco e evitar novos casos. A maioria dos litígios foi interrompida durante o processo de falência, mas o caso de Hernandez prosseguiu devido à sua situação de saúde. Os demandantes do amianto estão buscando a rejeição do último pedido de falência da LTL, alegando que foi feito de má-fé para proteger a empresa de litígios. Até o momento, os custos relacionados aos vereditos, acordos e honorários advocatícios do talco chegaram a cerca de US$ 4,5 bilhões.