Por Imprensa Brasília

A história de Dedilson de Oliveira Souza, vendedor ambulante de 44 anos, comoveu o país e levantou discussões profundas sobre justiça, emoção e os limites da lei.

O dia da tragédia

Em 17 de dezembro de 2022, Dedilson trabalhava com o filho Danilo Pignata de Oliveira, de apenas 8 anos, vendendo balas no canteiro central da Avenida dos Pirineus com a Avenida Anhanguera, em Goiânia (GO).

Naquele fim de tarde, o motorista Francilei da Silva Jesus dirigia embriagado quando perdeu o controle do carro ao tentar uma conversão. O veículo invadiu o canteiro e atingiu Danilo, que morreu na hora. Dedilson conseguiu se esquivar, mas presenciou a morte do filho diante de seus olhos.

A reação imediata

Tomado pelo desespero e pela dor, Dedilson impediu que o motorista fugisse e o agrediu com pedradas e chutes. Francilei foi socorrido, mas morreu três dias depois no hospital. O ambulante foi preso em flagrante e passou a responder por homicídio simples.

O julgamento

O caso foi levado a júri popular em setembro de 2025, quase três anos após o crime. A defesa sustentou a tese de homicídio privilegiado, alegando que Dedilson agiu sob forte emoção, em uma situação em que não seria possível exigir outra conduta.

O Tribunal do Júri acolheu a argumentação, e o juiz Lourival Machado da Costa declarou Dedilson absolvido. O júri reconheceu que ele não poderia ser responsabilizado da mesma forma que um homicida comum, já que sua ação foi consequência imediata da perda brutal do filho.

Repercussão

O caso gerou comoção em Goiânia e em todo o Brasil. Para muitos, Dedilson foi visto como um pai devastado que reagiu instintivamente diante de uma tragédia. Para outros, o episódio levantou debates sobre os limites da justiça e até onde a dor pode justificar uma reação violenta.

A absolvição trouxe alívio à família, mas não apagou a perda irreparável. Em entrevistas, Dedilson relatou o sofrimento vivido desde 2022, a dificuldade de lidar com o luto e a longa espera até o julgamento.

Em resumo

  • 2022: atropelamento mata Danilo, de 8 anos.
  • 2022: pai reage e mata o motorista embriagado.
  • 2025: júri reconhece homicídio privilegiado e absolve Dedilson.
  • Impacto: caso reacende debate sobre justiça, emoção e dor.