Embora a doença cardíaca seja frequentemente considerada um problema predominantemente masculino, isso não é bem o caso. A doença cardíaca é apenas um pouco mais comum em homens e continua sendo a principal causa de morte entre mulheres em todo o mundo.

Além disso, as mulheres apresentam problemas cardíacos de maneira diferente dos homens, com sintomas distintos. Aqui estão cinco fatos essenciais sobre as diferenças entre a saúde do coração de homens e mulheres.

As mulheres têm menos probabilidade de apresentar os sinais “clássicos” de um ataque cardíaco

Quando você pensa em ataque cardíaco, provavelmente imagina uma pessoa segurando o peito.

A dor no peito é o sintoma mais comum de ataque cardíaco, mas ocorre com mais frequência em homens. Em um estudo, quase metade das mulheres não apresentou os sinais clássicos de um ataque cardíaco.

As mulheres têm mais probabilidade do que os homens de apresentar sintomas menos comuns, como: dor nas costas, no pescoço ou na mandíbula, dor de estômago, suor excessivo e fadiga. Além disso, os sinais tendem a aparecer com mais frequência quando a mulher está em repouso ou dormindo.

O risco de doença cardíaca aumenta após o início da menopausa

Há uma conexão entre menopausa e doenças cardíacas. Em tenra idade, as mulheres são de certa forma protegidas contra doenças cardíacas por hormônios como o estrogênio. No entanto, essa “vantagem” desaparece quando entram na menopausa. É por isso que, em média, as mulheres desenvolvem doenças cardíacas cerca de 10 anos mais tarde do que os homens.

Embora as doenças cardíacas sejam mais comuns em homens mais jovens do que em mulheres mais jovens, essa diferença diminui consideravelmente na meia-idade. Acredita-se que isso se deva ao declínio do estrogênio em mulheres após a menopausa, pois o estrogênio é um hormônio protetor do coração.

Se você está passando pela menopausa, considere conversar com seu médico sobre maneiras de manter seu coração saudável.

Mulheres têm mais chances de desenvolver pressão alta e colesterol alto à medida que envelhecem

A pressão alta — também chamada de hipertensão — é um fator de risco para doenças cardíacas. Até aproximadamente os 65 anos, a pressão alta é mais comum em homens. No entanto, as mulheres têm mais chances de desenvolver hipertensão por volta dos 65 ou após essa idade. O mesmo acontece com os níveis altos de colesterol. Há várias possíveis razões para isso, mas a queda dos níveis de estrogênio também é um fator provável.

“As doenças cardíacas podem frequentemente ser assintomáticas, o que significa que podem não apresentar sintomas específicos. Portanto, é essencial realizar exames regulares para detectar indicadores silenciosos, como os níveis de colesterol e a pressão arterial. Essa abordagem proativa permite que você gerencie sua saúde cardíaca de forma eficaz e leve uma vida mais saudável”, afirma o Dr. Eran Gefen, Chefe Global de Assuntos Médicos e Farmacovigilância da divisão de Farmacêuticos Estabelecidos da Abbott.

Diabetes e tabagismo são grandes fatores de risco

Mulheres com diabetes tipo 2 têm 50% mais chances de desenvolver doenças cardíacas do que homens com diabetes.

Há várias explicações possíveis para isso. Por exemplo, muitas mulheres já apresentam problemas cardíacos quando descobrem que têm diabetes tipo 2.

Da mesma forma, mulheres que começam a fumar têm um risco 25% maior de desenvolver doenças cardíacas em comparação aos homens que adquirem o hábito, embora as razões ainda não sejam claras. O tabagismo e as doenças cardíacas estão intimamente ligados — parar de fumar é um passo fundamental para ajudar a reduzir esse risco.

Mulheres são subdiagnosticadas e subtratadas

Um desafio constante para as mulheres é que elas têm menos probabilidade de receber diagnóstico e tratamento corretos para fatores de risco e condições relacionadas ao coração. De acordo com um estudo, as mulheres têm 24% menos chance de receber prescrição do medicamento para tratar colesterol alto e 48% mais probabilidade de receber uma dosagem inadequada em comparação aos homens.

“Ainda existe o risco de as mulheres não receberem o diagnóstico ou tratamento adequado”, conta o Dr. Gefen. “É importante que todos sejam informados sobre os potenciais fatores de risco para doenças cardíacas em mulheres. Isso ajudará a oferecer a homens e mulheres oportunidades iguais de obter o tratamento de que precisam.”

Independentemente do seu gênero, é possível adotar medidas importantes para melhorar a saúde do seu coração. Isso pode incluir mudanças no estilo de vida, como praticar exercícios, adotar uma alimentação saudável, parar de fumar e reduzir o consumo de álcool. Também é fundamental saber qual é a sua situação em relação aos fatores de risco, como níveis de colesterol e pressão arterial, que são únicos para cada pessoa. Conhecer seus fatores de risco e fazer ajustes no estilo de vida pode ajudá-lo a cuidar do seu coração e maximizar seu potencial de saúde.