O Centro Cultural Octo Marques, em Goiânia, recebe em 12 de novembro duas exposições que, com curadoria de Dalton Paula, curadoria adjunta de Melissa Alves e coordenação de Ceiça Ferreira, reafirmam a diversidade da produção artística no Centro-Oeste. “Poéticas de Subversão: Mulheres Artistas em Goiás” e “O Sertão é o Nosso Centro” propõem percursos sensíveis e políticos pelo território, pelo corpo e pela memória, convidando o público a experienciar a arte como gesto de resistência, invenção e pertencimento.

A temporada de visitação vai de 13 de novembro de 2025 a 1º de fevereiro de 2026, com entrada gratuita, consolidando o Centro Cultural Octo Marques como um ponto de encontro de novas centralidades artísticas.

Poéticas de Subversão: mulheres que reescrevem a arte em Goiás

“Poéticas de Subversão: Mulheres Artistas em Goiás” apresenta obras de Anahy Jorge, Lucélia Maciel, Manuela Costa Silva, Gabriela Chaves e Xica, artistas que desafiam padrões e estruturas históricas de apagamento, reafirmando o protagonismo feminino no campo das artes visuais. Pintura, fotografia, desenho, escultura e instalação compõem um repertório que mistura delicadeza e insurgência, abordando temas como corpo, memória, ancestralidade, espiritualidade e política.

A exposição evidencia a diversidade de linguagens e gerações, mostrando como a produção artística das mulheres em Goiás dialoga com questões contemporâneas e universais, transformando o sensível em ação política e estética. O percurso da mostra permite que o público vivencie a tensão entre intimidade e coletivo, tradição e experimentação, convidando à reflexão sobre o lugar da mulher na arte e na sociedade.

Os trabalhos também se conectam ao contexto do Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes, espaço de formação e residência artística que tem impulsionado trajetórias criativas no estado, demonstrando a importância de iniciativas independentes para fortalecer e consolidar a produção artística regional.

“O Sertão Negro é um território de formação e criação, onde artistas podem experimentar, refletir e fortalecer suas trajetórias. Estas mulheres ampliam os limites da arte contemporânea goiana com coragem e sensibilidade”, destaca Dalton Paula, curador do projeto e fundador do Sertão Negro.

Enquanto para Ceiça Ferreira, coordenadora do projeto e também fundadora do Sertão Negro: “‘Poéticas de Subversão’ evidencia como o trabalho dessas artistas traduz experiências pessoais em ações coletivas e políticas, mostrando que a arte no Centro-Oeste é potente, diversa e engajada.”

O Sertão é o Nosso Centro: território, memória e reinvenção

A exposição “O Sertão é o Nosso Centro” apresenta obras de artistas residentes do Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes, que exploram o sertão e o interior como territórios de potência, memória e criação. Instalações, pinturas, vídeos e objetos artísticos traduzem experiências sensíveis do cotidiano, da cultura e da ancestralidade, afirmando que o interior do Brasil é também centro de invenção estética e poética.

A mostra propõe deslocar a percepção sobre o Cerrado e o sertão, revelando novas centralidades simbólicas e estéticas. Ao valorizar as práticas artísticas fora dos grandes centros, a exposição evidencia o estado do Goiás no mapa da arte contemporânea brasileira, ressaltando a força de suas linguagens, suportes e processos de criação.

“O sertão é esse lugar de imaginação e invenção. Ao trazermos o sertão para o centro, deslocamos os eixos da arte e da história, permitindo que outras narrativas ganhem corpo e voz. Além disso, a exposição reforça a importância de espaços independentes na formação de artistas e na consolidação de redes culturais locais”, ressalta Melissa Alves, curadora adjunta da exposição.

O público terá a oportunidade de conhecer trabalhos que articulam território, ancestralidade e afetos, mostrando como a arte pode ser instrumento de pertencimento e transformação social. Durante o período de visitação, serão realizadas atividades formativas como oficinas e visitas mediadas, além de conversas com as artistas sobre processos de criação. 

As duas exposições, “Poéticas de Subversão: Mulheres Artistas em Goiás” e “O Sertão é o Nosso Centro” são projetos realizados com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, operacionalizado pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. Também contam com o apoio da Cerrado Galeria, da Associação Jatobá Nascente e da Brutal Fruit.