Atualmente, é cada vez mais comum ouvirmos sobre problemas cardíacos em crianças. Surpreendentemente, mais de 30 mil crianças no Brasil sofrem com esses problemas, de acordo com o Ministério da Saúde. Embora muitos associem doenças cardíacas a adultos e idosos, defeitos cardíacos podem afetar também bebês e crianças, com uma ocorrência de um em cada cem nascidos vivos no país.

O cardiologista Renato David da Silva do Instituto do Coração de Taguatinga destaca que esses problemas podem ser detectados desde as fases iniciais da gestação. A cardiopatia congênita, uma formação incompleta do sistema circulatório, pode surgir nas primeiras oito semanas de gestação.

A tecnologia atual permite aos pediatras identificar sintomas e sinais de problemas cardiovasculares em crianças. Durante os primeiros dias de vida, ocorrem as mudanças mais significativas no sistema cardiovascular. Por isso, é essencial acompanhar essas transformações por meio de exames complementares.

As cardiopatias congênitas ainda são as mais comuns entre as crianças, conforme a OMS. Estima-se que cerca de 130 milhões de crianças em todo o mundo possuam algum tipo de cardiopatia congênita. Essas doenças podem ser cianóticas ou acianóticas, cada uma com diferentes níveis de gravidade e tratamentos específicos.

O diagnóstico é feito por meio de um ecocardiograma transtorácico, preferencialmente por um médico especializado em patologias congênitas. As cardiopatias acianóticas, mais frequentes, podem apresentar sintomas como pneumonia recorrente e fadiga fácil. Já as cianóticas são caracterizadas pela coloração azul-arroxeada na pele, mucosas ou unhas.

Não há um fator específico associado ao desenvolvimento de uma cardiopatia congênita. No entanto, existem condições que aumentam as chances, como doenças crônicas maternas, certos medicamentos e histórico familiar.

O tratamento varia conforme os sintomas e a manifestação da doença no bebê. Pode envolver intervenções cirúrgicas, sendo algumas curativas e outras paliativas. É fundamental o acompanhamento médico especializado para garantir o bem-estar das crianças com problemas cardíacos.