O bicentenário das relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos movimentará a capital federal na última semana de maio (mais precisamente no dia 28). É quando ocorre uma série de atividades promovidas pelo Ministério de Relações Exteriores, Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e Câmara Americana de Comércio para o Brasil (AMCHAM), em comemoração à data.

O evento contará com três vertentes: um seminário, o lançamento de um livroacadêmico e a inauguração de uma exposição – todos convergentes para o tema. A programação completa pode ser conferida aqui.

O Seminário

O seminário, intitulado “Encontros: 200 anos de Amizade Brasil e Estados Unidos”, ocorre no Auditório Wladimir Murtinho, no Palácio do Itamaraty, das 8h30 às 15h45. O público pode participar, mediante inscrição prévia pelo link.

Entre os palestrantes confirmados, estão: Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores; embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, secretária para Europa e América do Norte do Ministério das Relações Exteriores; embaixadora Márcia Loureiro, presidente da Fundação Alexandre de Gusmão – FUNAG; Abrão Neto, presidente, Amcham Brasil; Fernanda Magnotta, professora e coordenadora de Relações Internacionais na FAAP; embaixador Rubens Ricupero, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos; embaixadora Elizabeth Bagley, atual embaixadora dos Estados Unidos no Brasil; e a embaixadora Maria Luiza Viotti, atual embaixadora do Brasil nos Estados Unidos.

“Em 2024, celebramos os 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e os Estados Unidos, iniciada em 26 de maio de 1824, com o reconhecimento da independência do Brasil. Estamos contentes em fazer parte destas comemorações”, afirma Celita Procópio de Carvalho, presidente do Conselho de Curadores da FAAP, lembrando que uma comitiva de 30 alunos, da FAAP, em São Paulo, vem especialmente participar de todas as atividades do evento.

A Exposição

A exposição “Encontros: 200 anos de Amizade Brasil – Estados Unidos” apresenta uma extensa cronologia que detalha o histórico das relações bilaterais entre os dois países. São mais de 100 reproduções de fotografias, documentos e obras de arte, além de alguns objetos organizados em dez núcleos temáticos. Também compõem a mostra presentes presidenciais emprestados do acervo do Palácio do Planalto e vídeos documentais.

A maioria das imagens foram cedidas por arquivos e acervos de instituições públicas brasileiras e norte-americanas. Entre elas, reproduções de duas obras do acervo do Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado, de Candido Portinari e Anita Malfatti, artistas fundamentais da história da arte brasileira que tiveram vivências marcantes nos Estados Unidos.

“Esta exposição celebra os 200 anos de relações amigáveis, pacíficas e ininterruptas entre os dois maiores países das Américas. Não é coisa pouca e em qualquer outra região do mundo, poucos países podem se vangloriar de possuírem um semelhante percurso bicentenário em suas relações bilaterais”,
afirma o embaixador Gonçalo Mello Mourão, curador da exposição.

Ele explica que, no dia 26 de maio de 1824, o presidente James Monroe recebe, formalmente e como tal, o primeiro-ministro plenipotenciário do Brasil em Washington. Os Estados Unidos seriam, assim, o primeiro país a reconhecer, de fato e de direito, a independência e o Império do Brasil.

O livro

Na oportunidade, será lançada ainda a primeira edição do livro “Uma parceria bicentenária: passado, presente e futuro das relações Brasil-Estados Unidos”, organizado pela professora Fernanda Magnotta, coordenadora da FAAP e liderança à frente do programa Business and International Affairs, que permite
tripla titulação em Relações Internacionais, Administração e Economia.

Segundo a Profa. Magnotta, as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos são históricas e importantes. “São ancoradas por traços identitários que descrevem os dois países, cada um à sua maneira, como “excepcionais”, dignos de desempenhar um papel singular no mundo. Refletem, além disso, o peso que têm as duas maiores democracias do hemisfério ocidental, cujos recursos materiais e ideológicos tornam impossível ignorar convergências e divergências entre si”, explica.

A professora esclarece ainda que se, por um lado, temos motivos para celebrar valores compartilhados e agendas comuns, por outro, também precisamos reconhecer que nossa história é repleta de desconfianças mútuas e ambiguidades. “Nos termos de Joseph Smith, no clássico Unequal Giants, trata-se de uma relação, antes de tudo, profundamente assimétrica. Com isso em vista, é fundamental para Brasil e Estados Unidos não apenas manter a comunicação estreita, mas empenhar-se na compreensão do outro. O que nos move? Como nos vemos? Como enquadramos o mundo?”, provoca no texto de introdução do livro