por Rochelly Costa

No dia 16 de novembro de 2025, Brasília será palco da Girl Power Run, uma corrida exclusiva para mulheres que promete reunir centenas de participantes em percursos de 5 km e 10 km pelas ruas da capital federal. Mais do que uma competição, o evento celebra a força, a saúde e o empoderamento feminino, oferecendo uma experiência de união e superação.

E quando falamos em corrida, é impossível não pensar também nos desafios das provas de longa distância, como a maratona, que colocam à prova não apenas o corpo, mas também o cérebro. Pesquisas recentes mostram que, durante uma maratona, o organismo esgota suas reservas de glicogênio — a principal fonte de energia — e o cérebro precisa buscar alternativas. Ele passa a utilizar corpos cetônicos produzidos pelo fígado e até lipídios presentes na mielina, a camada que reveste os neurônios. Exames de ressonância magnética em maratonistas revelaram que, logo após a prova, há uma redução temporária dessa substância em áreas ligadas ao movimento e à percepção sensorial, o que ajuda a explicar a sensação de fadiga mental e lapsos de concentração relatados por muitos corredores.

Apesar desse desgaste, a perda de mielina é reversível. Em poucas semanas, os níveis voltam ao normal e há indícios de que o processo de regeneração fortalece o cérebro, funcionando como uma espécie de treino neural. Assim como os músculos se adaptam ao esforço físico, o sistema nervoso também se torna mais resiliente após experiências extremas.

Os benefícios a longo prazo são amplos: melhora da memória, do foco, do humor e redução do risco de doenças neurodegenerativas. A corrida estimula a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de criar novas conexões e se adaptar a diferentes situações.

Enquanto a Girl Power Run oferece percursos mais curtos e acessíveis, ela se conecta a esse universo maior em que corpo e mente se transformam diante do esforço físico. Seja em 5 km, 10 km ou 42 km, correr é sempre um convite para descobrir não apenas os limites do corpo, mas também a impressionante capacidade de adaptação do cérebro humano.