O BOPE afirmou que não haverá recuo no combate ao crime organizado após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos — sendo 117 suspeitos e 4 policiais, segundo dados oficiais do governo estadual.

A operação, batizada de “Operação Contenção”, foi deflagrada na terça-feira, 28 de outubro de 2025, e mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de unidades especializadas como o BOPE e a CORE. O objetivo era conter o avanço do Comando Vermelho (CV) sobre 26 comunidades da capital fluminense, em uma das maiores ofensivas já realizadas contra o tráfico de drogas no estado.

De acordo com o secretário estadual da Polícia Civil, Felipe Curi, o saldo oficial foi de 121 mortos, número que inclui 4 agentes de segurança e 117 suspeitos de envolvimento com o crime organizado. A ação também resultou na apreensão de mais de 100 armas, entre elas 91 fuzis, além de grande quantidade de munições e explosivos.

A operação é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, superando confrontos anteriores em favelas da capital. Moradores relataram cenas de pânico, com intensos tiroteios que se estenderam por horas. Muitos afirmaram ter encontrado corpos em áreas de mata da Serra da Misericórdia, região que separa os complexos da Penha e do Alemão, onde os confrontos se concentraram.

O BOPE, em nota, destacou que a ação foi necessária para “neutralizar o poder bélico das facções criminosas” e garantiu que as forças de segurança “não recuarão diante da violência imposta pelo tráfico”. Já o governo estadual defendeu a operação como uma resposta à escalada de ataques do CV, que vinha utilizando drones armados e barricadas para ampliar seu domínio territorial.

A repercussão, no entanto, foi imediata. Organizações de direitos humanos e entidades civis criticaram a letalidade da ação, cobrando transparência na apuração dos mortos e denunciando possíveis excessos. O Ministério Público do Rio de Janeiro informou que instaurou procedimento para investigar as circunstâncias das mortes e a legalidade da operação.

Enquanto isso, o clima nas comunidades permanece tenso. Escolas e postos de saúde ficaram fechados no dia seguinte, e moradores relataram dificuldades para circular devido à presença de blindados e barreiras policiais.

Em meio às críticas e ao luto, a declaração do BOPE de que não haverá recuo sinaliza que o governo estadual pretende manter a linha dura contra o crime organizado, mesmo diante da pressão social e política que a operação desencadeou.

A megaoperação de 28 de outubro marcou um ponto de inflexão na política de segurança do Rio, com 121 mortos, forte reação social e a promessa das forças de segurança de intensificar o enfrentamento ao tráfico.