A cidade de São Paulo e municípios da sua região metropolitana enfrentam os reflexos prolongados de um ciclone extratropical que atingiu o estado na quarta-feira passada (10), com rajadas de vento que superaram os 95 km/h e provocaram danos significativos à rede elétrica. No momento, segundo dados apurados, 30.028 clientes permanecem sem luz em diversas áreas da capital e da Grande São Paulo — um quadro que persiste mesmo cinco dias após o evento meteorológico.
Relatórios mais amplos compilados nos últimos dias indicam que, no auge da tempestade, mais de 2,2 milhões de clientes chegaram a ficar sem energia elétrica na capital e na região metropolitana. Com a atuação das equipes de reparo da Enel, parte desse total já teve o serviço restabelecido, mas ainda há pontos em que a recuperação é mais demorada por causa da complexidade dos danos, que incluem postes, cabos e transformadores derrubados pelas rajadas de vento.
De acordo com balanços atualizados pela concessionária e confirmados por reportagens, a quantidade de clientes sem energia tem variado dia a dia conforme o avanço dos consertos, mas a presença de usuários no escuro a cinco dias do ciclone tem gerado insatisfação e críticas públicas. Em alguns pontos, há relatos de quedas de energia intermitentes e instabilidade em serviços como internet e abastecimento de água por conta da falta de eletricidade em estações de bombeamento.
A justiça paulista chegou a determinar que a Enel restabeleça o fornecimento de energia com urgência, sob pena de multas, diante da persistência do problema após o desastre natural. A empresa mobilizou um número recorde de equipes técnicas — cerca de 1,8 mil — para acelerar a recuperação dos serviços e afirmou que continua os esforços de reconstrução da rede elétrica.
Moradores de bairros afetados relataram dificuldades no dia a dia com a manutenção prolongada do apagão, que compromete desde atividades simples, como carregar dispositivos, até operações essenciais de comércio, bares, restaurantes e serviços locais, cujas perdas podem chegar a milhões de reais em prejuízo até a completa normalização.
Além da eletricidade, a continuidade da frente fria e do tempo instável tem mantido risco elevado de chuvas e ventos fortes no estado, reforçando a necessidade de vigilância e preparo por parte de moradores e equipes de emergência nos próximos dias.
O fenômeno que desencadeou o apagão foi um ciclone extratropical de grande intensidade, que avançou pelo sul do Brasil e trouxe ventanias e chuva fortes para o Sudeste, incluindo São Paulo. Relatórios meteorológicos revelam que sistemas semelhantes já deixaram milhões de consumidores sem energia em episódios anteriores, gerando desde interrupções no abastecimento de serviços essenciais até cancelamentos de voos e problemas de trânsito nas áreas afetadas.
