O Cine Brasília tem novidade na hora do almoço. A tradicional sessão ao meio-dia agora é programa fixo das quintas-feiras, sempre com filmes de destaque e clássicos do cinema. A estreia do novo formato aconteceu nesta quinta-feira (29), com o thriller Conclave, de Edward Berger, estrelado por Ralph Fiennes, que retrata os bastidores da escolha de um novo papa no Vaticano.
Segundo a diretora do Cine Brasília, Sara Rocha, o objetivo da sessão do meio-dia é justamente oferecer uma alternativa para pessoas que trabalham em expedientes mais regulares e que só têm o horário de almoço disponível para um momento de lazer. “A ideia é atender esse público que trabalha aqui no Plano Piloto, perto do cinema, e que pode aproveitar essa horinha para assistir a um bom filme da nossa programação”, explica.
Os filmes exibidos nesse horário são escolhidos entre os principais destaques da grade. A sessão começou a ser testada em janeiro, inicialmente como uma programação mensal, sempre na última quinta-feira do mês, e com o tempo, o cinema percebeu uma adesão crescente, por isso passou a ser fixa.
A diretora explica ainda que a estreia do novo formato com o filme Conclave não representa exatamente uma inauguração da faixa, mas sim uma consolidação da proposta. O filme já havia sido exibido durante a Mostra do Oscar, entre fevereiro e março, e retorna agora por causa da relevância do tema. “Nosso esforço é trazer obras com grande potencial de atração, para que essa janela no meio do dia se torne uma opção ainda mais interessante para quem busca um momento cultural durante a rotina.”
O público não perdeu tempo e já marcou presença na nova sessão. A fisioterapeuta Cristiane Souza, 35, conta que a motivação principal de ir ao cinema foi a acessibilidade do horário. “Como eu trabalho por escala, consigo me organizar durante a semana para ter um momento de entretenimento e esse horário alternativo faz toda a diferença.” Para ela, a ideia de oferecer sessões do horário do almoço é fantástica, especialmente para quem está no contrafluxo da cidade, o que facilita muito.
Frequentadora do Cine Brasília, Cristiane também ressalta os preços acessíveis como um atrativo importante, já que torna a cultura mais acessível. “É um espaço que não tem cara, é para todo mundo. E ainda por cima é bem localizado, perto do metrô e da parada de ônibus”, completa.
Quem não conhecia o ambiente, encontrou nessa novidade uma boa oportunidade para sair da rotina do trabalho. “Chega uma hora que a gente fica tão focada só no trabalho que esquece de apreciar outras coisas”, relata a servidora pública Aline Veríssimo, 30. Ela conta que uma amiga do trabalho a convidou. “Mesmo trabalhando sempre juntas, a gente resolveu fazer algo diferente. Foi ela que sugeriu e eu topei. Não é só almoçar e voltar direto ao trabalho, sabe? Dá uma pausa, distrai um pouco e a gente volta mais renovada.”
Além dessa novidade, os brasilienses podem conferir uma programação especial até o dia 4 de junho, com estreias exclusivas, clássicos restaurados em 4K e sessões com preços acessíveis. Entre os destaques estão Saneamento Básico, o Filme e o curta Ilha das Flores, ambos de Jorge Furtado. Os ingressos para essas sessões terão preços reduzidos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).
Entram em cartaz também os longas brasileiros Lispectorante, de Renata Pinheiro, uma imersão literária e existencial inspirada em Clarice Lispector; e Manas, de Marianna Brennand, ambientado na Ilha do Marajó. A programação segue com títulos como a cinebiografia Homem com H, sobre Ney Matogrosso; o documentário Criaturas da Mente, de Marcelo Gomes; e a animação Looney Tunes – O Filme: O Dia Que a Terra Explodiu, na Sessão Família, domingo (1º), às 16h.
O público também poderá participar de sessões com debate, como o documentário Memórias de um Esclerosado, na sexta (30), às 19h, e Vermelho Bruto, filme brasiliense que retorna à tela no domingo (1º), às 18h, seguido de conversa com cineclubistas e pesquisadoras.
Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com desconto às segundas (R$ 5) e preços diferenciados para sessões especiais.
Por Karol Ribeiro, da Agência Brasília | Edição: Ígor Silveira