Chianti é uma Denominação de Origem Italiana, da região da Toscana, e seus vinhos têm como base a uva Sangiovese, podendo incluir uma pequena porcentagem de outras castas.
O símbolo de seus vinhos é o Gallo Nero, um galo negro que estampa os invólucros das garrafas, e que possui uma história bem interessante.
Ela tem início na Era Medieval, no século XII, quando as cidades de Florença e Siena travavam guerras sangrentas por disputas territoriais.
Cansados de tantas guerras, os governantes da época decidiram acabar com essa disputa de uma maneira diplomática e um tanto inusitada: um desafio entre dois cavaleiros, onde cada um sairia da sua cidade ao mesmo tempo, e onde os dois se encontrassem seria demarcada a fronteira entre as cidades.
Como não existia despertador naquela época, o horário previsto para que os cavaleiros iniciassem suas jornadas seria ao primeiro canto do galo.
Os habitantes de Siena escolheram um galo branco: forte, vigoroso e bem alimentado na noite anterior, para que ao nascer do sol, tivesse o canto mais forte. Já os habitantes de Florença, optaram por um galo negro: magro, faminto, e o deixaram em jejum na noite anterior.
No dia seguinte, o galo negro de Florença, desesperado e faminto, começou a cantar antes mesmo do sol nascer, enquanto o galo branco de Siena, ainda saciado, dormia de barriga cheia.
CONCLUSÃO: o cavaleiro de Florença saiu muito antes do que o cavaleiro de Siena, percorrendo quase a totalidade da distância entre as duas cidades, deixando Siena apenas com 12 km.
Lenda ou não, o Gallo Nero foi adotado como símbolo daquela Região desde o século XIV, mas foi só no século XVIII que ele passou a ser associado à produção vinícola, com a delimitação Oficial da área de produção do vinho Chianti.
Em 1924 ele se tornou o símbolo oficial do Consórcio Vino Chianti Classico.



A Denominação Chianti Classico refere-se aos vinhos produzidos somente na zona histórica, demarcada em 1716, localizada entre as cidades de Siena e Florença, e inclui as comunas de Castellina in Chianti, Gaiole in Chianti, Radda in Chianti e Greve in Chianti. Além isso, os vinhos devem também respeitar algumas regras da Denominação de Origem, envolvendo menores rendimentos e porcentagem de Sangiovese e tempo de maturação / envelhecimento.
A zona histórica de Chianti foi expandida em 1932, e incluiu uma área muito maior, englobando quase a totalidade da Toscana.
Os vinhos Chianti possuem algumas categorias distintas, com níveis de qualidade bem delimitados, e com normas próprias dentro das Denominações de Origem.
Chianti D.O.C.G. “ANNATA”: é considerada a expressão mais jovem de Chianti, e se refere aos vinhos produzidos nas sub-zonas de Chianti Rufina, Chianti Colli Fiorentini, Chianti Colli Aretini, Chianti Colline Pisane, Chianti Colli Senesi, Chianti Montespertoli e Chianti Montalbano. Os vinhos podem ter simplesmente a menção Chianti, se, na elaboração dos mesmos, forem usadas uvas de diferentes origens, ou adotar uma dessas denominações, dependendo da localização dos vinhedos.
Normalmente são vinhos mais leves, frescos e muito gastronômicos. Apenas algumas sub regiões exigem a maturação do vinho em carvalho, como por exemplo, Chianti Rufina e Chianti Colli Fiorentini.
Chianti Superiore D.O.C.G.: uma classificação intermediária entre o ANNATA e o Riserva, sendo exigida uma maturação mínima de 1 ano. Possuem corpo mais robusto, uma maior intensidade aromática, e uma maior concentração e robustez no paladar.
Chianti Riserva D.O.C.G.: maior cuidado na seleção dos cachos para a vinificação, para que o mosto tenha uma maior qualidade, fermentação mais longa e uma maceração profunda com as cascas. Os vinhos Chianti Riserva tendem a apresentar uma expressão mais intensa da uva Sangiovese, e da sua grande capacidade de evolução ao longo dos anos. Mínimo de 24 meses de envelhecimento nas caves antes de serem lançados para comercialização
Chianti Classico Gran Selezione D.O.C.G.: Gran Selezione representa o auge do cultivo de uvas e da vinificação de Chianti Classico. São vinhos com maior concentração e potencial de envelhecimento, exigindo pelo menos 80% da uva Sangiovese, e um mínimo de 30 meses de envelhecimento.
* A partir de 2027, será exigido um mínimo de 90% de Sangiovese para vinhos Gran Selezione.
