Fernando Guimarães e o Coletivo Coletivo visitam obras de Gabriel García Márquez. Paixões incestuosas, realismo fantástico e arquétipos da cultura da América Latina são temas abordados no novo espetáculo teatral
“… só terei paz quando enterrar os ossos da minha família, dos meus pais.”
Rebeca, no livro Cem anos de solidão.
PANAPANÁ = sm – palavra de origem tupi que significa coletivo de borboletas.
FAMÍLIA = sf – do latim família – agrupamento humano formado por duas ou mais pessoas com ligações biológicas, ancestrais ou afetivas.
O espetáculo teatral Panapaná, flores e escorpiões com direção de Fernando Guimarães foi desenvolvido a partir de excertos do universo literário de Gabriel Garcia Márquez – Gabo. O autor trabalha com elementos simbólicos, estruturais do pensamento de uma sociedade como conformismo, o imobilismo social e um modo de percepção do tempo. As borboletas vistas aqui como símbolos de metamorfose e transformação vivenciadas durante anos pelo núcleo da família dos Buendía, fundadora da cidade de Macondo. Na galeria de Vidro (andar superior), do Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), nos dias 04, 05, 07, 08, 09, 14, 15 e 16 de julho, às 20h. Os ingressos serão disponibilizados uma hora antes do espetáculo – sujeito à lotação da sala. Entrada franca.
Nas palavras de Gabriel Garcia Márquez “… apesar da opressão, do saque e abandono, respondemos com vida. Nem enchentes, nem pragas, nem fome nem cataclismos, nem mesmo as eternas guerras, séculos após séculos, foram capazes de subjugar a persistente vantagem que a vida tem sobre a morte.”
A história, uma inspiração do universo gabiano, aborda as narrativas de oito personagens que convivem durante uma chuva interminável. Como diz um personagem: “…o mais terrível da enfermidade da insônia, advinda da chuva, não era a impossibilidade de dormir, mas sua evolução rumo a uma manifestação mais critica: o esquecimento.”
Parodiando Samuel Beckett, “o esquecimento é o que nos salva”, na cidade habitada, o esquecimento trouxe uma realidade recriada. Neste mundo recente, muitas coisas careciam de nome, e para mencioná-las, se precisava apontar com um dedo e nomeá-las. São reunidas, neste universo outro, diferentes fontes para chegar ao nascimento alternativo, hiperbólico de toda a América Latina.
“Nós não pertencemos a lugar nenhum enquanto não tivermos um morto debaixo da terra deste lugar”. Úrsula replicou com suave firmeza: pois se for preciso que eu morra para que este seja o nosso lugar, eu morro”. diálogo de um dos personagens no espetáculo.
Serviço:
Panapaná, escorpiões e flores
Direção | Fernando Guimarães
Elenco | Adair Oliveira, Alex Ribeiro, Bete Virgens, Lays Benevides, Logan Dias, Márcia Nardelli, Samuel Escorpiano, Suéllem Araújo, Rafael de Carvalho, Rafael Justus.
Atriz convidada | Yara de Cunto
Atriz convidada voz em off | Vera Holtz
Fotografias | Marcos Lopes
Local | Galeria de Vidro (andar superior), do Espaço Cultural Renato Russo – 508 Sul.
Dias | 04, 05, 07, 08, 09, 14, 15 e 16 de julho, às 20h.
Entrada franca | Retirada de ingressos 1 hora antes do espetáculo (sujeito à lotação)
Classificação indicativa | 16