O presidente do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Leandro Grass, anunciou, neste domingo, que o processo de reconhecimento do choro como patrimônio imaterial do Brasil está “na linha do gol”. A declaração foi feita no Clube do Choro, durante apresentação em que os músicos homenageavam os grandes mestres do gênero.
Foi no dia em que se comemorava o dia dos pais com muita cultura urbana no projeto Complexo Cultural Clube do Choro. Não só os bandolins, violões, saxofones, gaitas e flautas mexeram com o coração daqueles que vieram ver de perto a programação, onde o multiculturalismo e a transversalidade de linguagens deu o tom.
O ponto alto da programação pra lá de variada foi o baile charme, com o grupo Conexão Charme.br. Os passos sincronizados e a música contagiante tomaram conta do clube e animaram a plateia.
O presidente do IPHAN foi homenageado. Na sua gestão, também tramita o reconhecimento do hip-hop como patrimônio imaterial do Distrito Federal.
Sobre o projeto, Grass disse: “O Clube do Choro sempre foi generoso, abrindo suas portas a vários gêneros da música. Essa abertura ao multiculturalismo vai popularizar ainda mais esse importante espaço da cidade, pois pessoas de outros espaços, de outros territórios estão vindo participar, como os jovens do hip-hop”, disse Grass. Isso faz muito sentido na nossa cidade, que é diversa, que é a síntese da cultura brasileira”.
O projeto é fruto da parceria do Clube do Choro com o Ministério da Cultura, a Shell e o Instituto Cultural de Educação Musical.
Na tarde quente, crianças e adultos se espalharam pelas cadeiras enormes bem confortáveis e pelas cangas no chão para assistir ao show de humor e irreverência da Excêntrica Família Firula. Também teve feira de artesanato com o coletivo de Sobradinho.
O projeto Complexo Cultural do Choro de Brasília começou em maio e vai até o próximo janeiro. Nele, estão sendo desenvolvidas também quatro oficinas gratuitas de música, com audiodescrição para prover a inclusão de pessoas com deficiência visual.
O presidente do Clube do Choro, Reco do Bandolim, conta que o projeto de fazer do clube um espaço multicultural foi gestado na pandemia. “Começamos com uma programação infantil, pensamos em teatro, artesanato, lançamento de livros, porque não se pode viver sem cultura”.
Reco lembra que Oscar Niemeyer, quando fez o projeto do Clube do Choro, “colocou essa área externa que chamou de pátio, um espaço generoso para cultivar a cultura”. Com o sucesso do Complexo Cultural do Clube do Choro, o músico garante: “Não tem mais volta. Nosso espaço é multicultural”.
A Shell decidiu patrocinar os eventos do projeto porque entende que o fomento à cultura é fundamental para o desenvolvimento e a cidadania. “O Complexo Cultural do Choro traduz esses valores, ao desenvolver atividades que englobam áreas culturais e diversos públicos, contribuindo para o empreendedorismo e o desenvolvimento da cidadania”, conforme analisa o gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da Shell Brasil, Glauco Paiva.
Crédito da foto: Renato Cortez