Na próxima terça-feira (19/03), às 10h, no Salão Multiuso do Cedep, Paranoá, o músico e luthier Felipe Fiúza faz show na abertura do projeto Cultura alimentar: memória e resistência no Paranoá. Até setembro de 2024, o projeto realiza oficinas de elaboração de hortas urbanas, palestras e rodas de conversa que promovam a memória viva dos moradores e moradoras da antiga Vila Paranoá. Podem participar das oficinas idosos e jovens entre 7 e 15 anos, com integração intergeracional. O Salão Multiuso Cedep fica na Quadra 9, Conjunto D, Área Especial 01, Paranoá, DF. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos.

Para marcar a abertura do projeto, o percussionista e professor de percussão popular brasileira, Felipe Fiúza, músico morador do Paranoá, fará um show, que terá a participação especial da cantora, compositora e percussionista Ane Êoketu. Fiúza é um pesquisador de novos sons, luthier de marimbas e condutor de um ateliê onde experimenta e constrói instrumentos musicais com materiais de sucata.

Relembrar, recordar e documentar o cultivo pioneiro de plantas medicinais e ritualísticas, além de hortas e pomares. Esse é o primeiro passo, seguido da elaboração de uma publicação ilustrada que será compartilhada com estudantes da rede pública do Paranoá. Enquanto isso, ao longo das conversas, serão construídos canteiros acessíveis, nos quais o especialista em agricultura urbana, Juarez Martins, transmitirá seus conhecimentos sobre adubação orgânica, viveiros, transplante, sustentabilidade na hora de irrigar, entre outros conhecimentos. “Como um dos antigos moradores do Paranoá, senti a necessidade de restaurar aquele conhecimento dos moradores, na década de 1980, em particular, quando aqui cheguei. Imagine morar num assentamento sem água encanada, com quintais exíguos… e as mulheres tendo que trabalhar fora como diaristas ou lavadeiras, elaborar a marmita para os companheiros levarem para as obras…e, ainda assim, manter um canteiro, com temperos, ervas para remédios caseiros…?”, indaga Juarez, hoje reconhecido como especialista em agricultura urbana, consultor da FAO e que tem seu programa Horta Linda difundido em shopping centers, Youtube e noticiário local. Dessa imaginação de Juarez Martins, surgiu o projeto “Cultura alimentar: memória e resistência no Paranoá”, que é um resgate da memória, parte do patrimônio imaterial do Distrito Federal.

Para João Bosco Bezerra Bonfim, escritor e antigo morador da Vila Paranoá, criar a oportunidade de pioneiros e pioneiras relatarem essas práticas sociais e culturais é uma maneira de manter viva a memória de um grupo historicamente marginalizado e que tem sofrido tentativas de apagamento de sua presença no território do DF: “Erradicar a antiga favela do Paranoá e reassentar a população em quadras e ruas convencionais, em outro lugar, foi uma dessas tentativas; a outra foi a de destruir todos os sinais de ocupação dos então moradores. Não só os barracos de madeira foram derrubados. Escolas, posto de saúde, caixas d’água, tudo virou pó. Mas essa busca não teve o sucesso que os governantes quiseram, pois as centenas de mangueiras do hoje Parque Vivencial são um testemunho teimoso dessa presença. Responsável pela condução das rodas de conversa e redação do livro, João Bosco vê na iniciativa um modo de reafirmar a identidade e a capacidade de resistência das moradoras e moradores da antiga Vila Paranoá.

E João Bosco acrescenta: “E, claro, tudo o que vier pela palavra terá a oportunidade de ser semeado, cultivado, colhido, degustado, com a formação prática, que consiste na criação de canteiros de ervas medicinais e hortaliças, contribuindo para a economia doméstica e segurança alimentar dos participantes, um trabalho a ser feito com maestria por Juarez Martins.”

Realizado pela MB3 Cultura e Horta Linda, com recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Distrito Federal, patrocínio da Neoenergia e Instituto Neoenergia, e apoio do Centro de Cultura e Desenvolvimento do Paranoá e Itapoã (Cedep), este projeto pretende ter um impacto duradouro, não apenas para os participantes diretos, mas também para as gerações futuras, por meio da difusão do conhecimento em escolas e famílias, e a promoção de práticas de agricultura orgânica e sustentável.

Para mais informações sobre o projeto “Cultura Alimentar: Memória e Resistência no Paranoá”, incluindo como participar ou apoiar, os interessados devem entrar em contato pelo e-mail mb3cultura@gmail.com ou pelo WhatsApp + 55 61 981920333.

Serviço:

Cultura Alimentar: Memória e Resistência no Paranoá

Lançamento do Projeto | Cultura Alimentar: Memória e Resistência no Paranoá

Com | Felipe Fiúza

Convidada especial | Ane Êoketu

Quando | 19/03/2024, terça-feira

Horário | 10h

Onde | Salão Multiuso do Cedep

Endereço | Quadra 9, Conjunto D, Área Especial 01, Paranoá, DF

Entrada | Gratuita

Classificação | Livre para todos os públicos

Informações sobre o projeto

Marilda Bezerra

E-mail | mb3cultura@gmail.com

WhatsApp | + 55 61 981920333