No coração da Asa Sul, entre as quadras 108 e 308, existe um lugar que não aparece nos mapas turísticos, mas vive na memória afetiva de quem passa por lá: a passagem mágica da 108 Sul. Um corredor verde formado por duas imponentes árvores de fícus italianos, que se entrelaçam como se guardassem um segredo — ou um desejo.

A origem da lenda

Tudo começou em 1963, quando Lourivaldo, um jornaleiro baiano, decidiu plantar duas mudas ao lado de sua banca. A saudade da natureza da infância o levou a criar um pequeno refúgio em meio ao concreto da capital recém-inaugurada. Com o tempo, as árvores cresceram, se encontraram no alto e formaram um arco natural — cenário perfeito para o nascimento de uma lenda urbana.

O ritual dos três pedidos

A tradição diz que, ao atravessar a passagem com alegria e sinceridade, você deve fazer três pedidos. Não há regras rígidas, nem garantias — apenas fé, leveza e a magia que mora nas pequenas coisas. Muitos moradores relatam coincidências felizes, encontros inesperados e até realizações que começaram ali, entre os galhos silenciosos.

Mais que paisagem: é afeto

A passagem virou ponto de encontro, cenário de fotos, trilha de caminhada e até inspiração para artistas locais. É comum ver crianças brincando, casais trocando juras e idosos relembrando histórias. O espaço, embora simples, carrega uma aura de encantamento que resiste ao tempo.

fotos: Leíza Penedo

“O que era saudade virou encanto. O que era árvore virou lenda.”

Se você estiver por Brasília, vale a pena incluir esse cantinho no seu roteiro. E claro — não esqueça de fazer seus pedidos. Porque, às vezes, a magia está justamente em acreditar.