Uma médica que atua na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Planaltina, no Distrito Federal, tomou a difícil decisão de pedir transferência após ser alvo de ameaças de morte. De acordo com as autoridades da Polícia Civil, as ameaças foram enviadas por meio de mensagens de áudio e texto, e o suspeito por trás dessas intimidações é o sobrinho de uma enfermeira que trabalhava na mesma unidade de saúde que a médica.
O suspeito, em um áudio enviado à vítima, fez ameaças extremamente violentas, incluindo a perturbadora declaração de que “arrancaria a cabeça” da médica. Nas mensagens, ele também detalhava a rotina da profissional de saúde e mencionava os plantões que ela realizava.
A investigação da Polícia Civil revelou que as informações usadas pelo suspeito eram fornecidas por sua tia, a enfermeira, que, aparentemente, desejava que a médica deixasse a unidade. Conforme a apuração policial, o conflito entre elas havia se intensificado alguns dias antes das ameaças.
“Os conteúdos das mensagens continham teor extremamente violento. Nos áudios, os envolvidos faziam menção a armas de fogo e proferiam ameaças de morte de maneira grotesca, além de fazerem uso de várias ofensas de natureza racial”, informou o delegado-chefe da 16ª Delegacia de Polícia, Diogo Cavalcante.
A operação que levou à identificação dos suspeitos foi desencadeada em 6 de setembro, após a médica procurar as autoridades policiais. Conforme a Polícia Civil, os suspeitos responderão em liberdade por ameaça, desacato, injúria e falsidade ideológica.
A reportagem buscou contato com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges), responsável pela administração da UPA, mas até o momento desta publicação, não havia obtido resposta. Apesar da identificação dos suspeitos, a médica optou por manter sua decisão de ser transferida da UPA.