O dólar abandonou a estabilidade inicial e fechou o pregão em forte queda, retornando ao patamar de R$ 4,90. Uma melhora sutil no comportamento da moeda americana no mercado internacional reforçou a tendência positiva para o real durante a tarde. Isso ocorre em um momento em que os investidores mantêm uma visão otimista em relação à moeda brasileira, dada a alta taxa de juros, mesmo quando ajustada pela volatilidade.

No fechamento do mercado à vista na segunda-feira, o dólar era negociado a R$ 4,9047, uma queda de 0,65%. Com a proximidade das festividades de fim de ano, o mercado de câmbio doméstico já experimentou uma liquidez mais baixa e viu um bom desempenho do real, especialmente no período da tarde.

A perspectiva positiva não se limitou ao mercado local e também foi observada em outras moedas emergentes, embora de forma mais moderada. No final da tarde, o dólar caía 0,34% em relação ao peso mexicano e recuava 0,38% em relação ao peso colombiano, mas subia 1,69% contra o rand sul-africano.

Na semana passada, a queda significativa nos rendimentos dos Treasuries foi parcialmente refletida no câmbio doméstico, após uma mudança na política monetária do Federal Reserve (Fed), que gerou apostas mais agressivas em torno de um ciclo antecipado de cortes de juros nos Estados Unidos .

Desde então, vários dirigentes do Fed tentaram conter essas expectativas, mas o mercado continuou a adotar como base um cenário bastante positivo para ativos de risco à frente, o que inclui o real.

Os estrategistas do J.P. Morgan observam que a volatilidade de um mês do real voltou aos níveis observados durante a pandemia e, como resultado, o ‘carry to vol’ permanece no limite superior do intervalo, apesar de um ciclo de flexibilização em curso. E, em um contexto que abrange contas externas sólidas, os estrategistas mantêm uma visão positiva com o real e continuam com exposição “overweight” à moeda brasileira em sua carteira.