Por Imprensa Brasília
Uma atividade de matemática aplicada a alunos do 5º ano da Escola Municipal Jardim das Flores, em Alta Floresta (MT), tornou-se alvo de polêmica nas redes sociais após o pai de uma aluna de 10 anos, Rodolfo Pedon, denunciar o conteúdo como inapropriado e com viés ideológico. A denúncia reacendeu o debate sobre os limites entre educação, formação crítica e neutralidade política em sala de aula.
Segundo Pedon, o material apresentado pelo professor da turma abordava temas que, em sua visão, extrapolavam o escopo da disciplina de matemática. Embora os detalhes exatos da atividade não tenham sido divulgados oficialmente, o pai afirmou que os exercícios traziam referências políticas e sociais que, para ele, não deveriam estar presentes em conteúdos voltados a crianças do ensino fundamental.
“Minha filha chegou em casa confusa, perguntando sobre assuntos que não fazem parte da matemática. Isso não é formação, é doutrinação”, declarou Pedon em vídeo publicado nas redes sociais.
A direção da escola ainda não se pronunciou publicamente, mas a Secretaria Municipal de Educação de Alta Floresta informou que está apurando o caso. Em nota, o órgão afirmou que “todas as atividades pedagógicas devem respeitar os princípios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), promovendo o desenvolvimento integral dos alunos, sem promover qualquer tipo de ideologia”.
Especialistas em educação defendem que o ensino interdisciplinar — que conecta matemática a temas sociais, ambientais ou históricos — é previsto pela BNCC e pode ser uma ferramenta poderosa para desenvolver o pensamento crítico. No entanto, alertam que a abordagem deve ser cuidadosa e proporcional à faixa etária.
O episódio levanta questões importantes:
- Como garantir que o conteúdo escolar seja pedagogicamente adequado sem abrir espaço para interpretações ideológicas?
- Qual o papel dos pais na mediação entre escola e aluno?
- Como os professores podem abordar temas contemporâneos sem gerar conflitos?
A pedagoga e mestre em educação Dra. Eliane Costa comenta:
“A matemática pode dialogar com o mundo real, mas é preciso sensibilidade para adaptar os temas à maturidade dos alunos. A escola é espaço de formação, não de polarização.”
O caso viralizou e dividiu opiniões. Enquanto alguns internautas apoiaram a denúncia e pediram maior vigilância sobre os conteúdos escolares, outros defenderam a autonomia pedagógica dos professores e o direito à formação crítica desde cedo.
A equipe do Imprensa Brasília segue acompanhando o desenrolar da apuração e os desdobramentos junto à comunidade escolar. O episódio reforça a importância do diálogo transparente entre educadores, famílias e gestores públicos para garantir uma educação plural, segura e respeitosa.