26/09/2024 – 11:14 – Rio de Janeiro
O Mural do Clima, atividade que visa alertar sobre os problemas climáticos de forma didática, esteve no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), no Rio de Janeiro, na última terça-feira (24/09). Promovendo uma tarde de reflexão e aprendizado sobre o tema, a atividade é resultado da colaboração entre as associações La Fresque du Climat, da França e a Mawon, criada no Brasil em 2012 visando apoio à integração socioeconômica e cultural dos migrantes e refugiados no país.
Realizada pelos CEO’s Helene de Saint, da França e Robert Montinard, do Haiti, a proposta reuniu cerca de 20 participantes, entre ativistas, comunicadores, ambientalistas, defensores de direitos humanos e povos originários, que foram desafiados a relacionar as diversas consequências das ações humanas no meio ambiente.
Funcionando como uma espécie de “jogo”, o Mural foi criado pelo francês Cédric Ringenbach na época em que ainda era estudante universitário. Segundo Helene, a proposta foi uma saída para explicar a outras pessoas sobre as questões climáticas com base em relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), instituição responsável por gerar dados ambientais a nível global. “Os dados do IPCC eram muito extensos e complexos, ficando restritos à classe científica. O jogo visou democratizar o acesso a esse conhecimento de forma que qualquer pessoa entenda e ganhou adeptos ao redor de todo mundo.”
A atividade é composta por Decks de cartas ilustradas com informações sobre meio ambiente e clima, tratando de emissões de CO2, aquecimento global, eficiência energética, entre outros temas. Os participantes têm que construir uma relação entre cada problema, sua causa e efeito e seus desdobramentos para a sociedade.
Além de promover o aprendizado de forma lúdica, a proposta também é uma forma de sustento para refugiados, como para Robert, haitiano que vive no Brasil há 14 anos. Ele conta que o workshop funciona como uma de suas fontes de renda no país, assim como para outros imigrantbes: “Já fomos capacitar mais 10 refugiados e 5 catadores. A ideia é levá-los a escolas [e a outros espaços interessados no workshop] para fazer essa ação de educação ambiental [onde as pessoas contribuem voluntariamente com o mediador]. Isso gera renda e promove o protagonismo dos grupos de minorias.”
O workshop já foi realizado em 156 países chegando a mais de 1,4 milhão de pessoas e continua sendo promovido. O objetivo: captar novos disseminadores da oficina ao redor do mundo que se encontram em vulnerabilidade social, como pessoas de favelas e periferias, catadores e os próprios refugiados para conscientizar sobre as mudanças climáticas. Para se tornar um facilitador acesse o link do projeto aqui.