Nesta semana, ao celebrarmos o Dia Internacional do Orgulho LGBT, é essencial destacar a importância da resistência e da mobilização contínuas da comunidade para preservar e ampliar os direitos conquistados. Essas vitórias, como o reconhecimento de direitos civis e a visibilidade social, são fruto de décadas de luta e determinação. No entanto, os desafios atuais mostram que essas conquistas não podem ser tomadas como garantidas. O avanço do conservadorismo, os retrocessos legislativos, o aumento da violência, a desinformação e os desafios econômicos e sociais exigem uma resposta robusta e coordenada. A comunidade LGBTQIA+, junto com seus aliados, precisa continuar a se mobilizar, educar e lutar para assegurar que os direitos conquistados sejam preservados e expandidos. Somente através da solidariedade e da ação contínua será possível enfrentar as ameaças e construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva e equitativa para todos.

Diante disso, e com o objetivo de promover uma narrativa positiva e inclusiva, conversei com Isabel Amora, uma ativista lésbica que compartilhou sua inspiradora história de amor, luta e conquista. Isabel, psicóloga da UnB e doutoranda em Direitos Humanos, viveu um casamento de 13 anos com Júlia. Juntas, decidiram engravidar por inseminação artificial, resultando no nascimento do amado Bernardo. Essa família “atípica” é um exemplo de amor e dedicação, mas ainda enfrenta preconceitos e desafios legais. Um dos maiores obstáculos foi o não reconhecimento de Júlia como mãe de Bernardo, simplesmente porque ela não o gestou.

Isabel destaca a importância do reconhecimento legal e social das famílias formadas por casais homoafetivos. Ela compartilha as lutas diárias para garantir que Bernardo cresça em um ambiente de amor e aceitação, combatendo os preconceitos que ainda persistem na sociedade. Os retrocessos legislativos e jurídicos são preocupantes, com propostas que visam restringir direitos civis, como o casamento igualitário, a adoção por casais do mesmo sexo e a proibição de educação inclusiva sobre diversidade sexual e de gênero. Essas medidas aumentam a discriminação e a violência, marginalizam social e economicamente pessoas LGBTQIA+ e impactam negativamente sua saúde mental e física. Exemplos recentes incluem legislações na Polônia, Hungria e em vários estados dos EUA. A resistência através de advocacy legal, mobilização social e educação é crucial para combater esses retrocessos e proteger os direitos conquistados.

No caso de Isabel e Júlia, elas mostram como a maturidade e a informação são fundamentais. Elas dividem a guarda de Bernardo: a cada semana, ele fica com uma das mães, assim como na guarda compartilhada de casais heterossexuais. Bernardo é um garoto super feliz e inteligente, e merece os mesmos direitos que toda criança. Espero que a história de Isabel inspire e informe a população, ajudando a quebrar tabus e preconceitos, e a promover uma sociedade mais justa e acolhedora para todos.