A jornalista Ana Paula Padrão usou seu perfil no Instagram para refletir sobre um dos temas mais comentados do momento: os bebês reborn. Em um vídeo publicado na rede social, onde é seguida por 1,4 milhão de pessoas, a ex-apresentadora do MasterChef Brasil expressou preocupação com a forma como algumas mulheres adultas tratam essas bonecas hiper-realistas como filhos reais.
O que são os bebês reborn?
Os bebês reborn são bonecas feitas artesanalmente para se parecerem com recém-nascidos, com detalhes minuciosos que imitam pele, cabelo e até expressões faciais. Embora sejam populares entre colecionadores e tenham até funções terapêuticas, o fenômeno ganhou notoriedade recentemente devido a vídeos de mulheres simulando partos, levando as bonecas ao médico e exigindo atendimento psicológico para elas.
A crítica de Ana Paula Padrão
No vídeo, Ana Paula Padrão afirmou que nunca havia ouvido falar do fenômeno antes e se mostrou preocupada com os excessos de algumas “mães de bonecas”. Segundo a jornalista, o problema começa quando essas mulheres passam a exigir vagas no SUS para atendimento psicológico das bonecas, o que, para ela, representa um desvio grave que precisa de tratamento.
Ela também destacou que essa tendência pode ser uma forma sutil de infantilizar as mulheres, reforçando estereótipos de fragilidade emocional e dependência. “Primeiro os livros de colorir, depois brinquedos retrô, agora os bebês reborn… Tudo isso vem embalado como autocuidado, mas no fundo parece uma tentativa de nos manter em um estado de infância permanente”, afirmou.
A quem interessa essa narrativa?
Ana Paula Padrão levantou um questionamento sobre o impacto social desse fenômeno. Para ela, enquanto algumas mulheres são incentivadas a cuidar de bonecas, grupos de homens se posicionam como provedores e líderes, reforçando uma visão tradicional de gênero.
Ela também mencionou artigos publicados em mídias obscuras que defendem que o fenômeno dos bebês reborn seria consequência do “fracasso do feminismo”, que teria apagado o instinto materno das mulheres reais. “Nos pintar como desequilibradas, emocionalmente frágeis e dependentes é uma maneira de nos tirar da discussão, da política, da autonomia”, alertou.
O impacto do fenômeno
Apesar das críticas, o mercado dos bebês reborn continua crescendo. Em 2023, movimentou US$ 1,2 bilhão, e a projeção para 2025 é que alcance US$ 1,8 bilhão. Além disso, celebridades como Padre Fábio de Melo ajudaram a popularizar o tema ao aparecerem com bonecas reborn com características especiais, como síndrome de Down.
O debate sobre os bebês reborn segue intenso, dividindo opiniões entre aqueles que veem o fenômeno como um hobby inofensivo e os que alertam para seus impactos sociais e psicológicos.