ARTIGO *Rogéria Moreira
Maternidade é uma palavra doce que exala o perfume do amor, mas que também traz impregnado nessa doce missão outros atributos como entrega, doação e santidade. Se existe um caminho eficaz e divino de transformação na vida da mulher, provavelmente essa via se chama maternidade.
A maternidade, seja ela biológica ou não, aquela que se dá no coração de uma mulher que é presença, cuidado e amparo, é certamente uma via eficaz onde a mão de Deus trabalha no coração de uma mulher.
A própria palavra de Deus nos atesta: “A mulher será salva pela maternidade” (1Tm 2,15). Essa é uma das tarefas mais belas que uma mulher pode assumir, gerar um filho para Deus e levá-lo ao crescimento na fé. A via de santificação pela maternidade se dá pela entrega, doação, sofrimento e, muitas vezes, pelo desgaste físico e emocional. É uma entrega diária, um esvair-se que acontece até o fim da vida de uma mãe.
A própria Igreja nos afirma que todo cristão, através de seu testemunho de fé, tem méritos diante de Deus, imagine então uma mãe que durante toda a sua vida reza, orienta e cuida para que seus filhos, que foram gerados no ventre ou no coração, tenham um encontro com Deus. Tal mulher é digna de salvação!
Lembremo-nos da história contada na palavra de Deus da mulher Siro-fenícia que com grande insistência pedia a Jesus que libertasse sua filha de um grande mal. No diálogo com o mestre ela estava disposta a aceitar tudo o que Jesus pudesse lhe oferecer, mesmo que lhe concedesse apenas as migalhas. “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos” (Mt 15,27). Jesus ao perceber sua fé e o desejo de salvação, e surpreendido com tal resposta tão determinada, restaurou totalmente aquela menina. Aquela mãe estava disposta a ir até o fim para ver sua filha curada.
Quando se vive a maternidade, se entende bem o sentido dessa palavra. A maternidade é um esgotamento de vida por uma outra vida.
São Paulo vai nos afirmar que o maior dom é o da caridade e traça todas as suas características, afirmando que ela é paciente, não busca seus próprios interesses, é bondosa, não sente inveja, tudo crê, tudo suporta, tudo espera. O apóstolo Paulo descreve o amor puro de Deus e nos convida a vivê-lo nessa terra. Tal amor, de certa forma, foi plantado no coração de uma mãe. A maternidade é divina! A Maternidade leva a mulher a esse aprimoramento do amor Divino dentro dela mesma.
Quando se acolhe um filho de Deus, se assume uma missão. Uma missão imbuída de entrega, dedicação e do derramamento do amor em relação ao outro. O próprio Jesus afirmou: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13).
O dom da maternidade é uma obra prima de Deus, um presente do altíssimo à humanidade. O próprio Jesus feito homem quis experimentar a força e o amor de uma mãe nesta terra. Maria foi o presente do Pai a Jesus nessa terra. A ternura de Maria foi o colo do Pai na vida de Jesus. Ela caminhou com ele até o fim e, sem dúvidas, Jesus experimentou essa força divina da maternidade aos pés da cruz, vendo sua mãe ao seu lado tomada de coragem.
Rezemos por cada mãe que Deus plantou nesse mundo, para que tomadas da graça tragam a humanidade um pouco desse puro amor de Deus que tudo transforma.
*Rogéria Moreira (Rogerinha) é missionária da Comunidade Canção Nova, autora dos livros “Aquele que Fala Contigo”, “Mulheres curadas – Transformando a dor em vitória” e “Mulheres empoderadas do Espírito”, “As talhas do milagre”, todos pela Editora Canção Nova, e lançou vários trabalhos musicais pela Gravadora Canção Nova.