Você já sentiu aquele momento em que a vida parece exigir mais de você do que você achava possível oferecer? Aquela sensação de que é preciso mudar, mas o peso do primeiro passo parece insuportável? Pois bem, hoje quero te convidar a se libertar das amarras invisíveis que nos prendem ao medo e à inércia. Quero mostrar que a transformação é possível, necessária e está ao seu alcance. Porque, afinal, a mudança não é sobre quem você foi, mas sobre quem você escolhe se tornar.
Há nove meses, compartilhei um artigo aqui “ O medo da transformação”, e desde então, venho vivendo o que escrevi. Hoje, retorno aqui, renovada e mais consciente do poder de ressignificar nossas histórias. O processo de crescimento e amadurecimento não é simples, mas é libertador, e minha jornada me mostrou que a vida se expande quando ousamos nos desafiar.
Há algumas semanas não compartilho nada com vocês, e isso não passou despercebido. A verdade é que a vida tem sido uma sucessão de desafios e conquistas que me consumiram intensamente — no melhor sentido. Estive envolvida em realizações pessoais que não apenas marcaram minha trajetória, mas também me transformaram. São experiências que me trouxeram uma maturidade que vai além do tempo, lapidando a forma como enxergo o mundo e como compartilho minha visão com vocês. Hoje, escolhi retornar, trazendo reflexões que, acredito, poderão tocar e inspirar quem me acompanha.
No início deste ano, tomei uma decisão que transformaria minha vida: ressignificar quem eu sou e como encaro o mundo. Não imaginava que, em tão pouco tempo, já me sentiria tão mais madura, equilibrada e centrada. Passei a buscar sabedoria em cada situação, a exercitar a empatia me colocando no lugar do outro, e a priorizar o aprendizado constante. Aos poucos, encontrei uma versão mais pacífica e serena de mim mesma, mais aberta ao diálogo, mais atenta às histórias de quem me cerca.
Deixei para trás hábitos que já não refletiam minha essência — menos impulsividade, mais amor; menos superficialidade, mais propósito. Tornei-me mais seletiva com meu tempo, priorizando vivências que realmente agregam valor à minha jornada. Entre viagens que abriram meus olhos para novas perspectivas e momentos de introspecção que fortaleceram minha conexão interior, descobri o poder transformador de ouvir e compreender as histórias que nos unem.
Foi nesse processo, enquanto escrevia um artigo aqui, rabiscava sonhos em uma lista ali e transformava pensamentos soltos em reflexões, que tive a honra de ser convidada para ser coautora do prestigiado livro “Da Porteira para o Mundo”. Contribuir com o capítulo “Além dos Rios Marajoaras”foi mais do que uma realização profissional — foi a confirmação de que cada passo dado até aqui, cada desafio enfrentado, tinha um propósito maior. Escrever essas páginas me fez enxergar que tudo na vida ganha significado quando olhamos com profundidade e gratidão para a história do outro. Celebrar a força da agropecuária brasileira e narrar a trajetória de vida do meu parceiro por meio desse trabalho foi uma conquista que carrego com imenso orgulho. Quem diria que esse momento chegaria de forma tão plena, não é mesmo?
Confesso que, às vezes, parece que estou caminhando em uma corda bamba, equilibrando desejos e expectativas, tudo para agradar e cuidar daqueles que amo, para garantir que os sonhos se concretizem. É um esforço constante, e não nego que me pergunto: será que estou fazendo a coisa certa? Como dizia Santo Agostinho: “A fé é acreditar no que você não vê; a recompensa por essa fé é ver o que você acredita.”
Em momentos de incerteza, encontro na fé as respostas que me guiam, confiando que Deus está à frente de cada escolha que faço. Ao olhar para tudo o que vivi neste ano, percebo que cada desafio, por mais árduo, moldou quem sou hoje. Há uma serenidade em saber que isso é apenas o início de uma jornada repleta de significado. Com tantos projetos no horizonte, vejo com clareza que a vida é uma tecedura de sonhos e propósitos, e que cada conquista é um lembrete de que o melhor ainda está por vir.
Entre conversas com amigas próximas e colegas que a vida coloca em meu caminho, percebo cada vez mais a busca incessante por aquilo que chamam de “par ideal”. No entanto, cheguei a uma conclusão: o que muitos realmente procuram não é um par, mas um propósito. É esse propósito compartilhado que, acredito, tem o poder de unir duas pessoas de forma genuína e profunda.
Em tempos onde as relações parecem cada vez mais frágeis e superficiais, muitos se perdem na busca pela perfeição — o par ideal, a pessoa perfeita. Mas é hora de encarar uma verdade essencial: a perfeição simplesmente não existe.
Relacionamentos reais exigem entrega mútua, sacrifício e, principalmente, compreensão. Não é sobre encontrar alguém que preencha todas as suas expectativas, mas sobre aprender a ceder e se doar. Afinal, somos todos imperfeitos e, mais do que nunca, carregamos nossas complexidades emocionais e psicológicas. Vivemos em um mundo onde transtornos como ansiedade, narcisismo, bipolaridade, borderline e outros parecem cada vez mais presentes, moldando quem somos e como nos relacionamos.
E então, o que fazemos? Devemos desistir de viver um relacionamento porque a outra pessoa não corresponde perfeitamente às nossas expectativas ou porque seu “transtorno” não é compatível com o nosso? Essa busca por perfeição apenas nos torna mais seletivos, mas também mais solitários. Precisamos resgatar a essência das relações humanas: aceitar o outro com suas falhas, encontrar força nas imperfeições e criar algo verdadeiro.
Vivemos em tempos onde os relacionamentos se tornam, cada vez mais, terrenos frágeis e difíceis de navegar. No meio das nossas rotinas aceleradas, esquecemos de algo essencial: a responsabilidade afetiva. Parece que a empatia emocional virou artigo de luxo, e as relações humanas têm se fragmentado em falsas promessas, mentiras e atitudes oportunistas. Mas, ao final, tudo isso nos leva a perguntar: a que custo? Será que vale a pena sacrificar a conexão verdadeira em nome de uma ilusão de superioridade?
Todos carregamos nossas bagagens emocionais — traumas, inseguranças e dores que, muitas vezes, nos afastam dos outros. É verdade, a saúde mental vem ganhando atenção, e a terapia se torna uma ferramenta comum. No entanto, isso não deveria ser um motivo para nos isolarmos ou criarmos barreiras que impedem trocas genuínas. O medo de sofrer não pode ser uma justificativa para esnobarmos a possibilidade de amar. Afinal, uma vida sem risco, sem entrega, é uma vida sem sabor.
Por isso, minha mensagem para vocês hoje é clara: arrisquem-se nos seus relacionamentos, mas façam isso com responsabilidade afetiva. Antes de qualquer coisa, olhem para dentro de si, enfrentem suas dores, e curem o que precisa ser curado. É como disse Jung: “A pessoa que olha para fora sonha; a que olha para dentro desperta.” Só assim será possível se relacionar de forma íntegra, com doação mútua, aceitando e acolhendo as imperfeições um do outro. A base de qualquer relação saudável é o equilíbrio entre vulnerabilidade e respeito. Não se trata de perfeição, mas de ressignificação.
A verdade é que a vida nos desafia constantemente, mas são esses desafios que moldam quem somos e nos preparam para quem podemos ser. Não se trata apenas de buscar a perfeição ou de corresponder às expectativas alheias. Trata-se de assumir o protagonismo da sua história, enfrentar seus medos e ressignificar cada passo.
O que você está esperando para começar? Cada transformação exige coragem, e cada conquista começa com um simples passo. Lembre-se: o maior risco é permanecer onde está, enquanto a vida espera por você lá fora, cheia de possibilidades e propósito. O próximo capítulo da sua história depende da decisão que você tomar hoje. Então, mova-se. A transformação começa por você.
E, falando em ressignificar, deixo um convite especial: revisitem meu artigo “O Medo da Transformação”. Nele, abordei o quão desafiador é sair da zona de conforto, mas também o quanto isso pode ser libertador. Hoje, renovo esse convite: se cure, se ressignifique, se relacione, se doe. O próximo ano pode ser o momento ideal para começar essa jornada.
O que você está esperando?