O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou novas exigências para avançar nas negociações de paz com a Ucrânia. Em encontro recente com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Alasca, Putin afirmou que só haverá acordo se Kiev ceder completamente a região de Donbas, renunciar formalmente à entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e aceitar limites rígidos em sua política de defesa.

De acordo com fontes ligadas às negociações, o Kremlin condiciona a suspensão das ofensivas militares em Zaporizhzhia e Kherson à entrega definitiva do Donbas, inclusive das áreas ainda sob controle ucraniano. Além disso, Moscou exige que a Ucrânia assuma neutralidade permanente, restrinja o tamanho de suas forças armadas e impeça a presença de tropas ou forças de paz ocidentais em seu território.

A resposta de Kiev foi imediata. O presidente Volodymyr Zelenskyy rejeitou categoricamente os termos e declarou que a integridade territorial é “uma questão de sobrevivência nacional”. Ele ressaltou ainda que a Constituição ucraniana prevê a adesão à Otan como estratégia de segurança, e que abrir mão desse objetivo significaria submeter o país à esfera de influência russa.

Nos bastidores diplomáticos, aliados ocidentais consideram que as propostas de Putin equivalem a consolidar ganhos territoriais pela força, algo visto como inaceitável. Para representantes da Otan, o princípio de “portas abertas” deve ser preservado, e apenas a Ucrânia e os países membros têm legitimidade para decidir sobre uma eventual adesão.

O encontro no Alasca marcou a primeira reunião direta entre Putin e Trump desde 2021 e gerou grande expectativa sobre possíveis avanços no conflito. No entanto, especialistas apontam que as condições impostas pelo Kremlin tornam improvável um acordo imediato, já que tocam em pontos considerados fundamentais para a soberania e a sobrevivência política da Ucrânia.