Foto: Tauan Alencar/MME. Reprodução

Amanda Baroni – 02\02\2024 – 08:58

O Ministério de Minas e Energia (MME) assinou nesta quarta (31\01) com a Agência Internacional de Energia (IEA) plano que estabelece as atividades para aceleração da descarbonização dos transportes, o combate aos efeitos climáticos e incentivos à economia verde, através de uma transição energética inclusiva. Na ocasião estiveram presentes os respectivos representantes, o ministro Alexandre Silveira e o diretor executivo, Fatih Birol.

Alexandre conta que o programa tem em seus pilares o estímulo ao mercado para de “combustíveis do futuro”, como o hidrogênio e biocombustíveis como o SAF (o Combustível de aviação sustentável), diesel verde e etanol de segunda geração. Estes, são alternativos a combustíveis de origem fóssil e foram criados para reduzirem as emissões de gases de efeito estufa no setor de transportes. Segundo Empresa de Pesquisa Energética, em 2023 o setor foi o maior emissor de Co2, atingindo 210,4 toneladas no Brasil.

Dados Empresa de Pesquisa Energética, 2022.

Quanto aos impactos dos eventos climáticos, o Brasil tem presenciado temporais, como os que assolaram os estados de São Paulo, em 3 de novembro e Rio de Janeiro, em 14 de janeiro. As intensas chuvas deixaram mais de 500 mil paulistas sem luz e provocou a morte de 12 pessoas no Rio. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem), 81% dos eventos climáticos de 2023 aconteceram nas regiões Sul e Sudeste do país.

Já sobre a economia verde, o ministro conta que “o objetivo é gerar novas oportunidades para as pessoas e monetizar as iniciativas que contribuam para tornar a matriz energética do planeta mais limpa.”

Além disso, a assinatura apoia à liderança do Brasil nos eventos G20 e COP30, reuniões internacionais para tomada de decisões políticas e econômicas. Segundo Birol, o Brasil tem potencial de se tornar uma referência aos emergentes. “O país tem que liderar a questão das energias renováveis. A transmissão delas não está acontecendo no mundo, mas no Brasil há músculos e lideranças para conduzir um desenvolvimento justo e inclusivo”, afirma o diretor. Enquanto as fontes limpas correspondem a 2,7% da matriz energética mundial, o Brasil concentra em seu território 47,4%, quase metade da produção total do país (Empresa de Pesquisa Energética – EPE).

Silveira ressalta que a presidência do Brasil no G20, será um meio para debater os caminhos da aceleração da transição energética, de forma justa, acessível e inclusiva, “e, se possível, obrigatória”, afirma.