Epidemia mundial do tabagismo. É dessa forma que o relatório mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado no final do mês passado, classifica o hábito que é uma das principais causas de morte, doença e empobrecimento no mundo.

Segundo aponta o levantamento, mesmo diante de uma queda nos números, que equivale à redução de 300 milhões de fumantes em 15 anos, cerca de 8,7 milhões de pessoas morrem todos os anos por fumar e outras 1,3 milhão morrem por tabagismo passivo.

Em 29 de agosto é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data visa sensibilizar a população sobre os prejuízos que o hábito provoca à saúde como a dependência da nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, seja cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo ou narguilé.

O médico pneumologista e professor do curso de Medicina da Unic Beira Rio, Lucas Bello, alerta que os malefícios do vício não atingem apenas a saúde do fumante. “O mundo sofre, atualmente, com um problema de saúde pública quando falamos do combate ao fumo. O vício que mata, mesmo sendo evitável, destrói famílias, afeta a sociedade e aprisiona os usuários física e psicologicamente”, ressalta.

Dentre os males causados pelo tabaco, o especialista destaca que o cigarro possui mais de 4000 substâncias que são liberadas pela combustão e está relacionado a 20 tipos ou subtipos de câncer, considerado um fator significante de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias.

Desde 2009, a Anvisa não permite a venda, importação e propaganda de quaisquer tipos de cigarros eletrônicos no Brasil (RDC nº 46). Todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) que existem hoje no mercado são ilegais e frutos de contrabando. Eles apresentam sabores e aromas atraentes, e essas características passam a ideia de que o produto é inofensivo.

Lucas Bello destaca que os chamados “fumantes passivos” também podem desenvolver câncer e outras doenças respiratórias por conta do contato constante da fumaça proveniente do tabaco, já que inalar é tão prejudicial quanto tragar.

Como orientação para se livrar do vício, o especialista ressalta que o primeiro passo é ter consciência de que o tabagismo é uma doença e tem tratamento. Os passos seguintes envolvem compromisso para cumprir a meta de parar e caminhar rumo a uma vida com mais qualidade e longevidade.
 

A mudança radical deve ter uma motivação, como aumento da saúde física ou a chance de viver mais tempo e com saúde ao lado dos filhos por exemplo, para que as recaídas não aconteçam e causem frustração acentuando, por vezes, a dependência ao tabaco. Assim como o tratamento de qualquer doença, nesse caso também é essencial o acompanhamento médico para que seja diagnosticado o grau de dependência e possíveis enfermidades provocadas pelo cigarro, bem como para a indicação do tratamento adequado e uso de medicamentos para o abandono do vício.