No dia 23 de setembro, celebramos o Dia do Portador de Marcapasso, uma oportunidade para compreender a vida após a implantação deste dispositivo vital. Atualmente, mais de 300 mil brasileiros utilizam um marcapasso, com cerca de 50 mil novos procedimentos realizados anualmente, de acordo com o Censo Mundial de Marcapasso e Desfibriladores.

A data serve para esclarecer diversas dúvidas comuns sobre a rotina de quem possui um marcapasso, abordando questões como o uso de celulares, a possibilidade de viajar de avião e as interações com detectores de metais. O marcapasso é um dispositivo eletrônico que regula o ritmo cardíaco por meio de um gerador e eletrodos conectados ao coração. O procedimento de implantação é relativamente simples e realizado sob anestesia local.

Renato David, especialista em Estimulação Cardíaca do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), explica que o marcapasso monitora continuamente o coração, corrigindo batimentos irregulares ou lentos com estímulos elétricos. “Isso normaliza a frequência cardíaca e alivia sintomas como tonturas e falta de ar. Após a cirurgia, é comum sentir desconforto leve no local do implante, mas isso é temporário”, afirma David.

O marcapasso é indicado para pacientes com frequências cardíacas abaixo de 40 batimentos por minuto ou condições específicas, como bloqueio atrioventricular avançado e doença do nó sinusal. Em crianças, pode ser utilizado para tratar cardiopatias congênitas que afetam o ritmo cardíaco desde o nascimento.

Tipos de marcapassos cardíacos

  • Marcapasso Convencional: Existem versões unicamerais e bicamerais. Os unicamerais possuem um gerador de pulsos e um eletrodo, geralmente indicado para pacientes com ritmo cardíaco reduzido. Já os bicamerais têm dois eletrodos e são mais comuns, utilizados em casos de disfunção do nó sinusal e bloqueios cardíacos.
  • Ressincronizadores Cardíacos: Com três eletrodos, esses dispositivos não apenas desempenham funções básicas dos marcapassos, mas também sincronizam os batimentos do coração, melhorando a contratilidade. Eles são especialmente úteis para quem sofre de problemas de dessincronização cardíaca.
  • Cardiodesfibriladores Implantáveis: Esses dispositivos combinam as funções dos marcapassos com a capacidade de detectar e corrigir arritmias fatais. Equipados com baterias maiores, eles podem administrar choques elétricos em situações de emergência, restaurando o ritmo cardíaco normal.

Cuidados pós-implantação

Após a cirurgia, é fundamental seguir as orientações do médico. Entre as recomendações gerais, destacam-se manter celulares a mais de 15 cm de distância do marcapasso, evitar detectores de metais em aeroportos (sempre portando identificação médica) e praticar exercícios físicos de forma moderada, após consulta médica. Além disso, é aconselhável evitar dormir sobre o lado do implante nas primeiras dez noites e não usar colchões magnéticos para preservar a integridade da bateria.

Para mais informações, baixe gratuitamente a cartilha dedicada aos portadores de marcapasso no site do ICTCor. Baixe a cartilha aqui